Com o acúmulo de lembranças e novas histórias, e o repentino tempo disponível forçado pela quarentena necessária no enfrentamento da pandemia, diante do "novo coronavírus" da Covid-19, entre outras tragédias e desgraças no Brasil, em especial, e em todo o mundo, pois então, que se reabra o Blog da Turma de Olaria!
Marcando mais este momento histórico da nossa pequena história mergulhada na História, trago do blog Bonecos da História uma postagem sobre um dos nossos personagens que virou celebridade.
Nem
bem se dissolvera a Turma de Olaria, assumiu o seu teatro (e até
reconstruiu o Cacilda Becker), e nisso se enturmou com o grupo
"Asdrúbal
trouxe o trombone", pontificando na montagem da peça
Trate-me Leão, que fotografei inúmeras vezes, no Teatro Dulcina, na
Cinelândia, e no Teatro Ipanema.
A
partir daí, impulsivo mas lúcido, como sempre foi (e já contou
as suas histórias várias vezes), inventou o Circo Voador no
Arpoador, que decolou e parou na Lapa.
Lá, em 2011, recebeu, para o que chamamos de "Um encontro perfeito", toda a Turma de Olaria, e mais a
parceira Turma de Manguinhos, e ainda o lançamento do livro Estrela miúda - breve romance infinito, de Fábio Daflon, sobre a sua sobrinha Kika, figura icônica da turma de Olaria.
Foi sensacional! Resultou numa festa de arromba, uma incrível bacalhoada (afinal, Perfeito é português) com que comemoramos os 40 anos desta ampla amizade geral.
Além desta acolhida às antigas turmas da juventude, Perfeito também abriu espaço na Fundição Progresso para o lançamento do meu livro "2112 ...é o fim!", em 2013, em evento organizado por seu irmão Biel Fortuna no espaço cultural Mercado Fundação.
Todo o resto, e tudo isto que citei aqui, é história.
Marcando mais este momento histórico da nossa pequena história mergulhada na História, trago do blog Bonecos da História uma postagem sobre um dos nossos personagens que virou celebridade.
Perfeito Fortuna, muito além da pandemia!
Quem
reapareceu no noticiário, por conta dos recém completados 70 anos,
com direito a matéria de página inteira em O Globo, sintetizada em
vídeo afetuoso
no YouTube (ambos os registros feitos por sua filha jornalista Maria
Fortuna), e justamente quando eu me preparava (há mais de um mês,
que na quarentena o tempo é relativo...) para falar dele nos Bonecos
da História, foi o meu velho amigo, o agitadíssimo agitador Perfeito Fortuna.
Perfeito Fortuna em Trate-me Leão - Rio, 1977 - foto Guina Araújo Ramos |
Quando
digo "velho amigo" estou falando de mais de 50 anos. Eu o
conheci em 1968, quando comecei a conviver com a chamada Turma de
Olaria, grupo de jovens da igreja São Geraldo, católica, em Olaria,
na Zona da Leopoldina, Rio de Janeiro. Nessa turma, Perfeito
Fortuna era um líderes inconteste, a ponto de ser preso
pela ditadura na noite do AI-5, indo passar uma temporada
"animando" o xadrez, como relembra
Caetano Veloso.
Antes
disso, Perfeito foi não só o Severino, mas também um dos criadores
da peça Morte e Vida Severina que montamos no porão da igreja e
excursionamos pela redondeza. E fizemos incríveis viagens de carona,
a começar pela antológica viagem
a Foz do Iguaçu, feita por 14 jovens em grupos paralelos, via
Presidente Prudente, navegando pelo Rio Paraná.
E eu ainda fiz
parceria com ele, entre outras aventuras, por conta das amizades com
os padres que passavam pela nossa igreja, em uma surrealista
viagem de carona do Rio a Presidente Prudente, e daí a
Goiandira, Goiás, para visitar um padre americano que conhecemos em
Olaria. E fizemos outras, coletivas, incluindo a viagem para uma
pesquisa
em Goiandira, da qual a anterior fora preparatória.
A
partir daí, Perfeito Fortuna fez o que lhe cabia: mergulhou no mundo
cultural do Rio de Janeiro!
Perfeito Fortuna e elenco da peça Trate-me Leão, Teatro Dulcina, Rio, 1977
Foto:
Guina Araújo Ramos
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Perfeito
Fortuna em seu escritório na Fundição Progresso, 2011
Foto:
Guina Araújo Ramos
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Continuou viajante, dos altos
astrais do Acre às performances expressivas em filmes e novelas.
E
retornou à Lapa, sempre se descolando, para se tornar a âncora da
Fundição Progresso, uma espécie de novo sustentáculo dos Arcos e
da noite.
Mestre
Finfa e Perfeito Fortuna - festa na Fundição Progresso
Foto:
Guina Araújo Ramos, 2011
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Foi sensacional! Resultou numa festa de arromba, uma incrível bacalhoada (afinal, Perfeito é português) com que comemoramos os 40 anos desta ampla amizade geral.
Além desta acolhida às antigas turmas da juventude, Perfeito também abriu espaço na Fundição Progresso para o lançamento do meu livro "2112 ...é o fim!", em 2013, em evento organizado por seu irmão Biel Fortuna no espaço cultural Mercado Fundação.
Todo o resto, e tudo isto que citei aqui, é história.
Perfeito
Fortuna se tornou esta figura que, apesar das pandemias, sempre
destrinchou, e lhes deu o melhor dos sentidos, os pandemônios culturais
que criou, encontrou ou encarou.
E eu estou, e fico,
para tentar simplificar, feliz para sempre
por ter tido alguns inesquecíveis momentos de parceria com Perfeito Fortuna em sua
deslumbrante trajetória na história cultural do Brasil.
Um comentário:
Um dos apelidos do Perfeito, por conta de sua compleição física era "cagalhao partido"! O meu era " cabeça Mariel" referência ao policial matador Mariel Mariscot. Não sei porque.
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