E de repente, do meio das conversas, ressurge um personagem
que, à época, ninguém fazia questão de encontrar, mas de que hoje é ótimo lembrar:
o Fradim, aquele baixinho politicamente incorreto, criação do Henfil, sempre
atazanando os bonzinhos do mundo. Aqui, na versão da nossa turma, encarnado,
com propriedade, estilo e prazer, pelo nosso Paulinho Banzé.
Abaixo, trecho de mensagem do próprio, que, chateado com o
papo que rolava nos e-mails, lembrou pequeno exemplo de seus memoráveis momentos de Fradim...
Pôrra, que melação
de vocês dois. Fizeram baixar o espírito do Fradim, em mim. Aliás, isso me
lembrou que eu constantemente era atacado por este espírito. Uma vez, junto com
Luiz Antônio, Emílio e outro que não lembro, estávamos caminhando pelas
ruas de Olaria quando encontramos uma borboleta presa numa poça d’água. Cabeça,
com seu espírito de compaixão e sonhador, apressou-se em salvar a coitada que se
debatia sem conseguir se livrar daquele que seria o seu fim. Esperamos
calmamente o Luiz salvar a borboleta e que ela desse sinais de recuperação.
Quando isto aconteceu e a borboleta bateu as asas para alçar vôo, o Fradim
Banzé apareceu e pisou na pobre coitada, matando-a e deixando aparvalhado e sem
palavras nosso querido Luiz Antônio, que não teve reação, apenas abriu a boca e
ficou a me olhar estupefato. Quás, Quás, Quás, Quás, Quás, Quás, Quás, Quás,
...,
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk,
rimos demais da cara do Cabeça.
Lembranças de um
tempo que passou.
Banzé
Para não pensarem
que eram apenas casos de surtos repentinos, o depoimento de Lídia Vestes, do tempo em
que andava distraída, procurando sabe-se-lá-o-quê nos astros...
Eu tenho também um episódio para narrar, a respeito
daquele que, depois de tanto tempo sem dar as caras, eu julgava exorcizado da
alma de Banzé: mais ou menos em 1986, quando os astrólogos prometeram e juraram
que veríamos nos céus do Brasil a passagem do Cometa Halley. O período
coincidiu em minha vida com o que eu julgava ser um complô cósmico contra mim,
e o cenário à minha volta era de chuvas e trovoadas. Achei que, por um tipo de
compensação, era o momento de viver um sonho
lindo; que poderia olhar para o alto e assistir de graça - detalhe da maior
relevância e que fazia toda a diferença – a um espetáculo inesquecível. Esperando por este dia, fiz vigília, comprei a camiseta que dava
as boas vindas ao cometa e, como todos os que acreditaram, esperei, esperei e
esperei.
Até que uma tarde de sábado – já quase se esgotando
a data limite para avistar o fenômeno, eis que surge em minha casa o “Fradim” materializado na pessoa de Banzé,
acompanhado por Vendrami (mero coadjuvante, que não tinha sequer noção do que
se passava) e Derval (creio que vi uma certa cumplicidade na dupla), jurando
que soubera que dentro de instantes o cometa seria visível da varanda de minha
casa, motivo da sua presença naquele lugar privilegiado.
 |
Paulinho Banzé
Barra do Piraí,
Abril / 1972
|
|
Vibrei de emoção; coloquei a camisa que marcava o
acontecimento e me posicionei; cheguei a juntar as crianças (para o mico ser
maior). Cheia de emoção e com um restinho de esperança, custei a perceber que
aquela risadinha do nosso “amigo” denunciava alguma armação. Quando perguntei a
ele se por acaso estaria me sacaneando, ele respondeu: “Ah! Não vai dizer que
não está vendo o Halley...”. É que, muito solidário com minha expectativa, ele
havia colocado no meio da folhagem do meu jardim um retrato do Halley que –
bondosamente, é claro, ajudara a colorir.
Bandeira, não foi só a tua brabuleta (não é o que
muitos podem pensar!!!!) que ele feriu de morte; meu orgulho de ser dona da
filial do planetário, também. Vai ver ele acha lindão sacanear os outros. Mas Deus tá vendo e anotando!
Curioso é que (interpretação minha, podem discordar...), enquanto Paulinho fazia de tudo para botar pra fora seu lado sádico e malvado, nós víamos nele a figura gracinha, simpatiquinha, daquele cachorrinho amoroso (mas esperto e bagunceiro), uns dos filhotes da Dama e do Vagabundo...
Quem conta outras?
Eu não lembro
de história nenhuma, talvez porque me cuidava e saía de perto...
Aliás, faltavam fotos
do Banzé, da época, neste blog, mas a Verinha lembrou que tinha esta...