Mostrando postagens com marcador Renato. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Renato. Mostrar todas as postagens

domingo, 21 de novembro de 2010

031 > O curso do Artigo 99

Finalmente, com o (meu) desenrolar dos acontecimentos, o curso de Artigo 99 da igreja de São Geraldo!
Aí vão os depoimentos, mas podem vir outros...
     Banzé > Agradeço as palavras carinhosas do Guina e do Maurício, ao lembrarem do artigo 99, que foi mais um fato marcante da turma de Olaria. (...) Vamos precisar de todos para falar sobre isso. Desde a primeira reunião onde estavam presentes Cipriano, Perfeito, Luis Antônio, Emílio, Augusto, Dori, eu, acho que o próprio Maurício e ... pronto a memória me trai; passando pelos convites aos componentes do Grupo para participarem. A elaboração do questionário que deveria ser preenchido, já com a presença da Lúcia para nos ajudar na redação até a organização da secretaria com a Natália e o Zuíno, sem a dedicação dos quais o curso não funcionaria. Pô, temos muita coisa para lembrar desse artigo 99, inclusive o meu namoro com a Dalva, nossa aluna, irmã do Renatão, e a minha saída de carro (comprado pela Betinha, e que eu "peguei na mão grande" sem pedir, e nem tinha carteira de motorista e não tenho até hoje) com uma outra das alunas que paquerei e acabei batendo na traseira de um ônibus.
     Mauricio > Entrei para a turma de Olaria meio por acaso, levado pelo Bandeira, por causa do Curso e depois a peça Morte e Vida Severina (que ator revelou, né?, Perfeito Fortuna), onde tocava violão e numa segunda fase, substitui o Emílio e fui "coveiro", junto com o Banzé.
Não tive grande importância para a turma, mas esta teve grande pra mim. Não estive lá desde as origens, viagem só fui a uma delas, mas tudo foi muito marcante, especialmente o Curso.
Eu dava aulas de História do Brasil e o Bandeira de História Geral... do Egito, apaixonado que era pela Hercília, nossa charmosa professora de Hist. Antiga do Curso Pré-Vestibular Diplomados.
Pra mim o Curso foi uma experiência política, cultural e amorosa. Ali conheci e aprendi com grandes figuras. Todos muito jovens, mas cheios de garra no coração e boas ideias na cabeça.
O que não faltava era deboche... Aí, não me contive e um dia criei o Prêmio Mussolini 1970, a ser dado ao professor mais autoritário entre nós. Quem ganhou, quem?... O querido e doce Ronaldo "da Lúcia", que tirava ponto e colocava pra fora de sala, por qualquer atraso e falta de atenção. Aqueles senhores, alunos e alunas com idade quase de nossos avós, tendo que sair de sala e ainda eram obrigados a agradecer ao Ronaldão. Grande saudade de vc, meu querido amigo Ronaldo!!! E, claro, da "sua Lucia".
Mas, de todos nós, pra mim quem melhor resumiu aquela experiência do Curso foi o querido coordenador e mestre Paulinho Banzé, nosso coordenador, sempre arrebentando competência e liderança. Por isso, falei pro Guina q ele era o mais autorizado pra escrever as memórias do curso. Disse e repito: ninguém melhor do que o Banzé! Mas, claro q todos devemos dar uma ajuda. E esta é a minha!
E pra terminar, minha saudade pergunta: onde estarão a Natalina, o Adão, o ADão com "d" grande?... e tanta gente q o tempo se encarregou de separar. Mas, se pergunta, também declara: vocês ficaram pra sempre em minha vida!
Uma imensa ternura pra todos e todas, Mauricio.
     Carlos > O curso (Artigo 99) era bárbaro. Dava uma sensação de utilidade e de serviço enorme. Lembro que eu dei aula de Geografia e ficava elaborando apostilas e provas e coisas do gênero. Em que pese não ser minha primeira experiência no magistério (a primeira foi na mesma Igreja de São Geraldo, junto com um padre anterior aos três espanhóis - alfabetização de adultos. Credo! Eu devia ter uns 13-14 anos!), foi fundamental para depois ser o professor que sou. Até hoje, quando estou com meus alunos, principalmente os de Iniciação da Pós, experimento a proximidade que tinha com aqueles, e lembro.
     Vera > Realmente o texto do Carlos De foi de uma grande profundidade!!!
Ele fez com que eu recordasse de um fato que aconteceu comigo em outubro de 1989.
Eu, mais a Fernanda, Raquel e Alvaro sofremos um acidente de carro, onde a Nanda ficou em pior situação, sendo removida para a UTI de uma Clínica no Jardim Botânico. O Alvaro a acompanhou e meu compadre, padrinho da Raquel, ficou com ela, que só sofreu pequenos arranhões.
No acidente eu fraturei o calcanhar e me vi sozinha na Clínica Balbina, aguardando atendimento e tb esperando que alguém aparecesse pra me acompanhar!!!
Foi ai que chegou um rapaz perto de mim, que, ao me ver chorando, perguntou se eu queria ajuda!!!
Eu confesso que fiquei sem graça, e qdo já ia dizer que tudo bem, não precisava!!!, ele me perguntou se eu não era professora!!!!
Respondi imediatamente que não, mas ele insistiu e perguntou meu nome. Ao responder, ele começou a chorar e disse que eu tinha sido professora dele no artigo 99, e que ele nunca mais tinha visto a mim e aos outros professores que tanto o tinham ajudado na vida!!!!
Agradeceu muito, e o que mais ainda me sensibilizou foi ele dizer que agora era Químico
e funcionário concursado da Petrobras. E que devia tudo isso a nós, que fomos seus professores qdo ele não tinha a mínima condição de estudar!!! Fiquei muito emocionada e senti no fundo do coração a sensação de dever cumprido!!!
Agora tou passando para todos a gratidão deste aluno, e qtos mais devemos ter ajudado!!!!
     Bandeira > Realmente, Galera, aquela proposta de trabalharmos com a educação, em um curso supletivo, voltado para pessoas carentes, e que surgiu como forma de enfrentarmos a repressão do regime militar que se abateu sobre nós, de forma violenta, naquele final de 1968 ("O Ano que não terminou", leiam a obra do Zuenir Ventura!), com a edição do AI-5 e a prisão de Perfeito, Emílio (mais quem?), exatamente quando nos preparávamos para participar de uma feirinha na Praça das nações, em Bonsucesso, para angariarmos fundos para ajudar na compra de uma casa para uma senhora pobre que morava no hoje "Complexo do Alemão", em Olaria (lembro-me: estava voltando do Colégio Ferreira Viana, no famigerado Caxias-Praça da Bandeira, quando ouvi pelo rádio do ônibus que havia sido editado o AI-5, e ao chegar na Pça. das Nações, encontrei todo mundo assustado, com a notícia da prisão dos companheiros...), a alternativa de "enfrentamento" da ditadura militar, através da educação de adultos, foi resultado brilhante do nosso devotamento à causa dos oprimidos, com resultados fantásticos naquele universo de múltiplos jovens universitários, nas mais variadas carreiras, contando com as habilidades de cada um (a exemplo do extraordinário devotamento de Zu e Natália na Secretaria do Curso, datilografando apostilas em stencil para serem rodadas em mimeógrafo Gestetner...) e adquiriu feições revolucionárias, de vanguarda em educação, pois podíamos oferecer diversas especializações em cada disciplina, como professores de Álgebra, Aritmética, Geometria, etc, diversas especialidades em Ciências, Português, História –  até mesmo um "especialista" em História Antiga, que passou quase 6 meses em Egito Antigo, um certo Luiz Antônio, lembras Murad? – , e até mesmo aqueles que cursando outro curso, caprichavam no preparo de aulas de outra disciplina, a exemplo do Carlos Rivoredo, que cursando Medicina, ensinava Geografia, tudo isso nos engrandeceu e possibilita que reencontremos, como no caso da Verinha, agradecidos cidadãos que alimentam o mais profundo agradecimento por aquela santa iniciativa. INESQUECÍVEL!!!!!
Beijão a todos, Luiz Antônio Bandeira – Especialista em Egipto Antigo

terça-feira, 12 de outubro de 2010

018 > De carona para o sul, com Vendrami e Renato

Vendrami envia a descrição de mais uma viagem ao estilo da turma de Olaria...

De carona com o Renatão para o sul

O Renatão era meu vizinho no IAPI da Penha, quando eu estava aquartelado na casa do Bandeira, do Bandeirão e de Da. Maria. Falando em ir de férias na casa de minha família em SC, o Renato se interessou em me acompanhar e fomos nós rumo sul, ao sabor da caronagem da turma para Foz do Iguaçu. A viagem da turma para o oeste do PR fez escola. Devia ser janeiro de 1971. Mochila ou bolsa, o Renatão com seu oclinhos de desenhista e eu com o meu fundo de garrafa fomos para a via Dutra, que caronear na Av. Brasil não dá pedal. O moço do Renault Dauphine (existiu isto?) vende fumo e se dignou nos ter como companheiros de viagem até Barra Mansa. Baldeação. O profissional do volante nos olha com certo espanto, tentando adivinhar o que querem dois rapazes na beira da estrada, que para ele é trabalho e para nós é só aventura.  Agora é um caminhão, altão, ronco poderoso. Visão panorâmica. Vira pra cá, vira pra lá, contornando as meias laranjas do Vale do Paraíba. Viajar de graça é uma delícia, uma deliciosa irresponsabilidade.
Periferia de São Paulo. Atravessamos a metrópole e agora tem a Regis Bittencourt com gosto de sul. Muita floresta. Muito buraco. Estrada da Morte. Sobe e desce serra. Carrega banana,  peças de automóvel, cama de campanha, minério ou vaso sanitário. Obrigado, moço. Vamos de novo para o acostamento. Melhor é ser perto da Polícia Rodoviária que é mais seguro, mas eu não ficaria tranqüilo se meu filho se metesse numa viagem dessas.
Chegamos em Curitiba, cidade sorriso. Grana curta, fomos à  procura de uma pousada, que dormir no banco da praça é quase humilhação. Acabamos numa casa de fama duvidosa. Percebendo a situação, pulei para trás como que picado por uma cobra. Eu garanto que foi o sacana do Renatão que me armou aquilo, porque ele ria do meu embaraço de ex-seminarista... Feito isto, fomos bater no convento. Eu estivera atrás destes sagrados muros em 66/67. O Frei Solano se apiedou de nós e nos ofereceu a sede do grupo de escoteiros. O chão é duro, mas acima de nós tem um teto. Eu conhecia o lugar porque fora Kaá de Lobinhos, tendo como Aquelá uma linda loura, de porte alemão, chamada Ingrid. Agradáveis lembranças...   Lugar mais digno e seguro do que as casas das mulheres do mundo... Sonhos com caminhos e caminhões. Café da manhã de pão com manteiga. Obrigado, frei, paz e bem.   
Rumo a Lages, paisagens, sotaques, caras e ares familiares, pinheiros e pinheirais, o planalto catarinense. O moço que nos aceita como companheiros leva a sua carga e nós levamos os olhos cheios de aventura e ingenuidade. Inocentes anos 70. Mas tem que ter um papo adequado com o irmão da estrada, dizem os entendidos...
Em Lages, ficamos na casa de periferia de meu irmão bombeiro que, fugido de uma enchente numa plantação de arroz, começava nova vida, com a Edite que foi minha coleguinha de escola primária (nos anos 50). Ele esperava ficar rico comprando o carnê do Baú da Felicidade, do Silvio Santos, vendedor de ilusões...
Ficamos uns dias olhando aquele planalto que nunca se acaba e descemos para Blumenau, acho que desta vez foi de ônibus. Parece que aquela estrada não era muito aconselhada a caroneiros. Nesta bela cidade do vale do Itajaí, Renato ouviu papos familiares em italiano, comeu polenta com queijo, chucrute e salsicha com mostarda escura e apreciou as galegas espetaculares que enfeitam suas lojas e ruas. E então voltou pra casa, para o IAPI. De busão. 
Eu fiquei mais umas semanas para dar uma circulada na casa dos meus bravos irmãos, migrantes da roça que iniciavam vida e família na cidade industrial. E então eu, catarioca, voltei para a vida dura de trabalho e estudo aqui no velho Rio, minha cidade de adoção. De busão...  
Paulo Vendrami
.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

015 > Cronologia ou Caos!

Tantas histórias!
E tantas incertezas...
Então, proponho uma cronologia "basiquinha".
Vamos relembrar as datas dos grandes momentos da turma de Olaria?
Inicio com os que lembro (ou chuto...) e os que já informaram.
À medida que comentem, atualizo.

1965 >
? – encontros iniciais do grupo
1966 >
? – ida de Bandeira e Augusto à igreja de São Geraldo – comentário em 006 > Os primeiros registros
1967 >

Igreja de São Geraldo, Olaria, Rio,
vista do outro lado da ferrovia.
(autor desconhecido)
 
Novembro – ida a Niterói – em 006 > Os primeiros registros

1968 >
Dezembro – AI-5,  prisão
1969 >

? – festa na casa da Kika – em 011 > A festa na casa de Kika

1970 >

Janeiro – viagem a Foz do Iguaçu – em 001 > Viagem da turma de Olaria a Foz do Iguaçu

Fevereiro – viagem a Bahia [Derval e Perfeito]
Março / Semana Santa – Barra do Piraí
Julho – primeira viagem a Petrópolis
1971 >

Janeiro – viagem a Santa Catarina [Vendrami e Renato]

Carnaval ou Semana Santa? – Angra dos Reis
Carnaval – viagem a Salvador [Derval, Guina e + um...]
Abril / Semana Santa – Barra do Piraí
Julho – Barra do Piraí
1972 >
Carnaval – acampamento em Ponta Negra
? – Petrópolis
Novembro – Finados – Barra do Piraí
1973 >
Março a Junho – viagem (quase) ao Chile [Getúlio, Guina e Soninha]

Dúvidas cruéis: Afinal, quando foram a Angra?... Quando estreou Morte e Vida Severina?... 
Atualizações contínuas!

domingo, 19 de setembro de 2010

004 > Encontro "10 anos depois", 1985

Delair, Betinha, Mauro, Renato, Banze, Alvaro e Vera
Verinha, de Brasília, sentida e surpresa:
“Tem razão, precisamos prestar uma pequena homenagem aos nossos amigos que se foram. Assim como vc, só soube da Adri a uns 10 dias atrás, mas soube agora do Renato. Nem meu pai [que morou até há pouco no IAPI da Penha] tá sabendo.”






E manda a foto do Renatão no meio do grupo, num encontro que intitulou “10 anos depois”, acontecido em 1985, na casa de Hermínia e Gil, em Olaria.
Alvaro, Linda, Mauro, Carlos







 



       Que ainda contou, entre outros, com a presença de Carlos, vindo de São Paulo.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

003 > Aos que se foram

Adriana, anos 90


Entre muitas alegrias de reencontros (e relembranças) recentes, o incômodo sentimento das perdas... 
Não dá pra deixar pra depois, embora para alguns possa ser, ainda, uma dura notícia...
Tiro por mim: soube apenas 10 dias da (já antiga) morte de Adriana, grande parceira (de todos nós) nas mais vibrantes e integras aventuras!
Faltou coragem, animado com o blog (e aconteceu a outros), de tocar no assunto. Até que a sua ausência dominou a cena (como acontecia quando sorria...) e tornou urgente o registro.
Que trouxe perdas mais antigas... o entusiasmo do Renatão, a suavidade da mulher do Cipriano (que Vera lembrou o nome, Nair), a curiosidade de Caifás, a espontaneidade de Zoé, a maturidade de Kika...
.
Kika, Zoé, Caifás e Renato
Uma forma de informar... 
Mas também de abrir espaço a depoimentos, lembranças e notícias.  
Com eles, presentes, abriremos nossos novos caminhos.  

Quem teria algo mais a dizer?