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terça-feira, 12 de março de 2013

100 > No balanço!


Esta é a (demorada, mas especial) postagem 100 do blog da turma de Olaria.
Seria até um estímulo para um balanço geral, se é que é necessário...
Afogados no presente, vivendo (as pessoas, os povos, a Humanidade!) momentos tão cheios de dúvidas (e de discutíveis possibilidades), parece que estamos enfastiados do passado... E ainda temos que ficar, necessariamente, de olho no futuro... Há ainda muitas histórias (ou versões) a serem contadas. E é aquela história: a História é de quem a escreve. A História é uma construção (se eu procurar, até cito quem escreveu isto), e a que se conta acaba sendo a que existiu!...
 
Daí, dá até preguiça de fazer balanços... Em vez do blog, melhor (e mais justo) voltar ao balanço dos nossos encontros desta passagem de ano. Foram ótimos, mas, talvez por tudo isto, mais para o varejo do que pelo atacado, se comparados ao grande reencontro de dezembro de 2011 (no blog, de trás para frente, da postagem 91 à 81).
Finfa, filho e esposa no Maracangalha

 

Começamos lembrando o lançamento do livro do Mauricio, “097> Para entender a amizade, Mauricio Murad!”, em Outubro/2012, um sucesso nacional!

 

Quase na passagem do ano, no domingo 31/12, fizemos o assim chamado “ProgSuburb – Programa (de) suburbano”, relatado em 098 > ProgSuburb– Programa (de) suburbano, de altíssimo (e divertídissimo) astral! 


Jô, Zu, Lídia, Guina e Mauricio, pós-desfile do Maracangalha

Pena que não foi possível fazer outro ainda neste verão... Até levantou-se a possibilidade de um encontro maior, em torno do aniversário do Bandeira, que acabou ficando em Belém, parece que por enquanto...




Quem apareceu no Carnaval, vindo do Maranhão, foi o mestre Finfa, acompanhado da esposa e do filho, fazendo presença na escolha da música do desfile do bloco Maracangalha, do pessoal do IFCS daquela época. Prometeu voltar para o desfile, mas deve ter entrado noutra...

Jô, Verinha, Guina e Lídia na rua do Ouvidor

Verinha, diretamente de Brasília, também estava na área. Fora de forma, nem tentou sair no bloco, que teve altíssima representação local...

Persistente, num intervalo de sua incansável badalação no eixo Niterói-Barra da Tijuca, Verinha conseguiu fazer uma breve parada pós-carnavalesca num barzinho simpático da rua do Ouvidor, no centro antigo do Rio, para uma divertida conversa com alguns de seus fãs...

Carlos Rivorêdo e Fabion Daflon,
Campinas 2010

  E ainda tem a história do "irreconhecível" Carlos Dé... Vindo a um seminário no Rio, convidou alguns para um encontro. Eu, Guina, propus o Oi Futuro, em noite de abertura de exposições, e fui o único a comparecer. Foi ridículo... Estivemos lá por mais de uma hora (pelo que falamos depois, por e-mail) e não nos reconhecemos!... 

[Fabio Daflon colabora: "Taí uma foto do Carlão, ou Dé, feita em 2010, no Aeroporto de Campinas, quando fui visitá-lo para entrevista do livro Estrela Miúda, assim da próxima vez é possível que você o reconheça."]

 

 

Enfim, arrematando o verão, nosso camarada Osvaldo, lamentando não poder chamar “a Turma (toda) de Olaria”, convidou, num sábado deste início de março, uns e outros, para comemorar o seu aniversário com a família, como se pode ver nos registros fotográficos.



Osvaldo e filhos, 
Guilherme e Isabel
Osvaldo, Érica e (entre eles) a filha Alice

  Então, vamos em frente!...


Continua em aberto o espaço deste (agora centenário) blog da turma de Olaria, para relatos e registros dos velhos, dos atuais e, quiçá, dos futuros tempos de seus participantes, amigos e fãs... 

 

[Atualizado em 21/05/2013]

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

099 > As lembranças de Zu > Um trio assustado na Bahia

Novo cronista no blog, Zuíno! 
Mantendo seu tradicional estilo, Zuíno trouxe, em duas folhas datilografadas, as suas lembranças da viagem à Bahia, que nós três (Guina, Derval e Zuíno) fizemos, de carona, em 1970, comentando o que foi contado em 094 > Um trio quixotesco na Bahia.




Zu no teleférico do Alemão,
29/01/12
Sapão, o motorista do caminhão, um Scania. Gostava muito de uma música na época, "Meu canudo de papel" (Martinho da Vila). E era essa a música que tínhamos que cantar para que ele não dormisse durante a noite de viagem. Ele não dormiu, mas nós cochilamos, alternadamente.
Ele nos deixou na entrada de Vitória da Conquista. E agradecemos e nos despedimos, sob um céu vermelho com o sol já faiscando pela manhã silenciosa. E só o que me lembro de Vitória da Conquista.
Também pegamos uma carona de alguém que comentou ser parente de Glauber Rocha, nos deixando na Praça Castro Alves, diante do teatro.
Nossa chegada a Milagres foi emocionante, saltamos do ônibus e a luz se apagou. Parece que era comum à meia noite. E lá seguimos para a Igreja no clarão da lua. Era quinta para sexta ou sexta para sábado, de carnaval. Era início de fevereiro. Na casa paroquial trabalhava uma senhora, com os afazeres do lar. Ela tinha um filho, que por sinal tocava num conjunto que, por sinal, animaria a festa de Momo no clube da cidade. Foi ele que nos colocou dentro da folia, num salão em que as janelas se abriam para dentro, e entre elas, nós nos imprensávamos com a euforia de todos. Até Cidade Maravilhosa foi cantada anunciando nossas presenças. Me lembro que uma das músicas mais cantadas era “Receba as flores que lhe dou"...
Nossa ida ao baile foi o comentário do dia seguinte, principalmente porque algumas pessoas pensavam que éramos seminaristas, aí...
Bem, fomos no dia seguinte para Salvador, onde aliás não estava sendo permitida a entrada de pessoas com mochilas e etc. “Hippies” em Salvador. Por isso fomos apenas com a roupa do corpo. Era tardinha quando chegamos à Praça Castro Alves. E dali, fomos para a Liberdade, onde morava uma família que fora vizinha da família do Derval no Rio. Não havia ninguém em casa, vizinhos nos receberam e pudemos ir ao banheiro e beber égua. E voltamos para o centro da cidade para ver o carnaval baiano, embora não pudéssemos chegar muito tarde, é claro. E assim fizemos, dormimos no quarto das crianças, filhos do casal. Na manhã seguinte, logo após o café, rumamos para o carnaval. Cidade Alta, Cidade Baixa, Elevador Lacerda, Pelourinho, Igrejas, praias e os trios elétricos e seus empurrões e correrias. E o acarajé quente da baiana, como ardia, trocamos pelo frio. Lembro-me de uma avalanche de pessoas enlouquecidas pulando e gritando um refrão, Bahia, Bahia, Bahia, e sai da frente...
Certa hora as luzes das ruas se apagaram, acho que as das ornamentações. Assistimos a um desfile em que as agremiações subiam uma espécie de rampa e logo após desciam. Sem carnaval nas ruas, fomos para uma praça onde um clube fazia a festa. Como não conseguimos entrar, é claro, ficamos na porta e ali mesmo fizemos a nossa festa, muita gente nos olhava, mas alguns fizeram o mesmo, e dali saímos já pela madrugada. A casa de Liberdade era nosso ponto de referência, comer, beber, dormir. E assim na quarta-feira de cinzas rumamos de volta, com recomendações de não tomar banho na Lagoa de Abaeté. Após o carnaval mergulhava-se e não se voltava à tona. Bem, nós nadamos, claro, sem mergulhar, fizemos até bife à milaneza. Realmente ninguém tomava banho na lagoa, somente nós três e um jegue, o dono dele não.
Em Governador Valadares, nos abrigamos na Igreja Matriz, não me lembro o nome, fomos recebidos por um secretário, ou coroinha, sei lá, baixinho, gordinho de cabelo curto, falando manso, seu nome, Olinto. Fomos abrigados no auditório de um teatro. Lembro-me de ouvir o bater de bolas de sinuca ou de bilhar, eram os padres se divertindo. Nos deram um bom lanche e foi a noite de descanso.
Lembro-me de uma carona não sei onde, num caminhão pequeno e alguns homens nativos tomando cachaça e com eles na carroceria, não podíamos fazer feio. Metemos a cara.
Houve também uma carona de um Gerente de Banco, se não me engano Banco da Lavoura. Foi uma grande viagem e ele nos levou para almoçar na pensão onde ele costumava comer quando por ali passava, lembro-me bem porque este gente fina não quis canetinha alguma mas nos deu um dinheirinho bom.  Foi depois dele que pegamos a carona do tal parente do Glauber Rocha.
De volta, em Milagres, havia uma romaria, diária. Milhares de pessoas indo e vindo com velas, seguindo o correr da água que descia caudalosa. Canecas, garrafas, copos, todos queriam daquela água milagrosa. Eram muitas velas. Nós três arrumávamos as velas num reservatório da Igreja. Caixas fechadas, foi magistral a ideia de vendermos novamente e colocar o dinheiro como donativos. Mas pecamos, comprávamos cigarro, um maço pros três. Tinham várias missas, e ajudávamos no que possível. Parecia formigueiro. Havia um serviço de alto-falante, com informações e muita música com direito a dedicação e tudo. Aliás, de vez em quando ouvia: Alguém oferece essa música para algum ou para os três cariocas hospedados na Igreja. Nessa hora queríamos rir, mas nem sempre podíamos. 


Detalhe - Nossa volta a Milagres com a roupa do corpo, desde domingo, lembro que a minha roupa era toda branca. Camisa social e calça Topeca, sandálias franciscanas.
Acompanhamos o Padre Francisco numa missão, em outra cidade, em Jequié ou Santa Inês. Assistimos missa, um batizado. E também um velório. Um senhor enrolado num lençol, deitado num banco comprido, de onde foi levado até a cova. E lá foi só virar o banco, lançando o morto no buraco. De volta na casa, o café era servido e o banco voltava à sua condição.
Nota: Era um batizado coletivo... Acho que muita coisa nos escapou, afinal era muita coisa pra se ver e muita coisa assustava.
E encerra com uma anotação manuscrita:


Guina,
desculpe o papel...
Foi o que pude arranjar para o momento de tantas lembranças. 
Há mais coisas, porém creio que essas foram talvez as mais fortes, sei lá.
Há também a nossa passagem em Areal, nossas conversas com sua tia Batuta e sua avó, pasma ao saber que ficávamos pedindo carona à beira da “macadamia” ou “macadame”!
Lembra?
Beijos,
Otávio Carlos Jesuíno

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

098 > ProgSuburb – Programa (de) suburbano



Aproveitando a vinda do Carlos Alberto "Finfa", de férias de suas contínuas férias numa estação de águas, e do grande cabeça Bandeira, que descolou milhas alheias para vir de Belém, surgiu a ideia de um “programa (de) suburbano”, chamado, nas conversas preliminares, de ProgSub, logo corrigido para ProgSuburb.
 O ponto de encontro

Convites virtuais foram enviados às turmas de Olaria, Manguinhos e agregados do IFCS, resultando num grupo de corajosos gatos pingados que caberiam numa kombi: além dos já citados, mais Guina e a companheira Regina, Mauricio, Lídia Vestes (que convocou Zuíno) e Ana Regina, irmã da Dri.









1. A subida
Carlão deixa o telefone
Lídia, preocupada, a caminho do morro do Adeus
Praça das Nações, 10h, 30/12, último domingo de 2012, em frente ao antigo Cine Paraíso, hoje um lojão. O ponto era este, mas foi logo transferido para a pastelaria chinesa da esquina.

A retirada estratégica...
Num pré-encontro, na frente do América FC, rua Campo Salles, para juntar os que vinham de Niterói, Flamengo e Tijuca, quase perdemos a Lídia: chegando cedo e muito contida, por pouco não foi abduzida por uma dupla evangélica...

Chegaram todos, só o Bandeira não aparecia... Dando 11,20h, decidimos partir sem ele para o teleférico do Alemão.

Pois, logo na primeira estação, no morro do Adeus, duas desistências...


Os teletransportados: Guina, Regina, Ana, Zu e Mauricio
Carlão, altíssimo navegador terrestre, decidiu retornar à base; Lídia, sentindo que alguma entidade poderia assumir, resolveu baixar à terra.

Fizeram muito bem: assim que baixaram em Bonsucesso, deram de cara com Bandeira. Dormiu na casa de um sobrinho, que por acaso o deixou trancado, perdeu a hora...
Paisagem do Morro do Alemão

Aos solavancos, apreciando a paisagem natural (e passando por cima da social), os demais aventureiros foram rapidamente transportados aos píncaros do Complexo...






Nos píncaros do Complexo



Piscinão de Ramos












2. O mergulho
Democraticamente discutidas, as opções de ir a Manguinhos e a Madureira foram descartadas, mas se manteve a próxima atração, o Piscinão de Ramos. 

Guina, Carlão, Zu, Ana, Lídia, Mauricio e Bandeira no Piscinão
Novidade para alguns, estavámos na área de Zuíno, que, morando pertinho, assumiu a função de nosso cicerone. Deixando os carros num posto da Av. Brasil, invadimos, muito turisticamente, o pedaço...
O brinde à beira do "lago salgado"

Ana Regina, entre outros, no quiosque do Dicró


Por falta de equipamento, deixamos de mergulhar, uma pena...
 

Fizemos o possível: quase arrodeamos o "lago salgado" e observamos os costumes locais até que todos pegassem o espírito da coisa.
Satisfeitos, fizemos um brinde generalizado, a nós e a todo o povo, e encerramos a visita.
 

Requisitada pelas netas, Ana Regina deu por finda a aventura, deixando muito boas lembranças.

 



3. A parada
Muito calor, algum sufoco e uma fome que vinha baixando...
O Carlão, profundo conhecedor dos nossos subúrbios mais profundos, se encarregou de descobrir um bom (e barato) lugar para comer qualquer coisa. 

Cabeça emplaca!
O menu do boteco
Entrando pela Lobo Júnior e logo desviando, propôs um boteco na esquina de Guatemala com Conde de Agrolongo, pertinho da igreja de N. S. da (ou do?) Cabeça.

De barriga cheia, na preguiça das conversas
Como é habitual, todos ficaram na dúvida, mas, diante da variedade de opções, mandamos descer umas gororobas e deu tudo certo: a cozinha era da maior qualidade!

Momento relax, tempo disponível para muita conversa boba, algumas lembranças debochadas, várias fofocas televisivas e, no final, uma prazerosa sensação de bem estar, todos se sentindo em casa...




4.  De passagem

Café na Central da Penha
Meio cansados, ia chegando a hora de encerrar o roteiro, mas indo aonde?... Falamos em visitar a Natália, mas, sem avisar não dava... 


É sempre bom lembrar...
Resolvemos tomar um cafezinho de despedida. Fim de tarde de domingo, só na Penha, na rua Montevidéu, esquina de Nicarágua, na lanchonete Central da Penha, estabelecimento lusobrasileiro, com um bacalhau de qualidade, segundo Carlão.



E de uma sinceridade tocante: é sempre bom lembrar que pode ter caroço na sua azeitona...




5. Encerramos?...

De repente, alguém se lembra do Cacique de Ramos e não é que todo mundo se anima?...

Os índios (sem cacique) da turma de Olaria

A antiga biblioteca de Olaria




Bandeira prova do tamarindo
Bastava atravessar o viaduto Cosme e Damião, fica na rua Uranos quase esquina de Antonio Rego. Sendo cedo, fácil de chegar, estacionar e entrar: liberado para visitantes da velha guarda...


Lugar de valor histórico: ali funcionava a biblioteca em cuja defesa a turma de Olaria foi às ruas, em 1968. A biblioteca mudou para Ramos, mas prédio e terreno foram preservados e depois assumidos pelo Cacique de Ramos. O casarão sofreu as mudanças inevitáveis, mas os índios do samba fizeram no terreno ao fundo a quadra de ensaios e, reverentes, preservaram as tamarineiras. 


Carlão relembra antigos carnavais
Zu, Lídia e o samba
E de valor simbólico: num trecho da Leopoldina de tantos prédios abandonados por conta da violência, é um lugar renascido, onde desfila a nata do samba carioca.


E nós também, por uns instantes, encerrando este programa (de) suburbano...





Fotos: Guina Ramos, Regina Bienenstein,
operadora de teleférico, garçom de boteco e folião do Cacique.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

097 > Para entender a amizade, Mauricio Murad!

O assunto do livro (a violência em torno do futebol) é pesado, tem muito bobo fazendo cara feia por aí...
O importante é que o lançamento do livro "Para entender a violência no futebol", do nosso Mauricio Murad, na Saraiva do Rio Sul, foi alegria só!... 
Serviu mesmo (e muito bem!) para entender a amizade!



Tanto é que, além dos amigos locais, apresentou um leque de presenças "importadas":

* Fabio Daflon (completamente enturmado) largou tudo e veio de Vitória;

* Paulinho Banzé (sempre aquele Baixinho!) trouxe a família, em caravana, de Belo Horizonte;

* E sua irmã Betinha (surpreendente e bela presença!), que ninguém via desde aquela época (mas todo mundo reconheceu), veio de São Paulo!


E a torcida local?... Compareceu em peso!




 
* Se é para falar em distâncias, Paulinho Vendrami veio, com o filho, diretamente de Santa Cruz!... 

* Osvaldo, vindo da Barra com sua charmosa Érica, tentava administrar a toda-rosa filha Alice, de 5 anos, e o ligadaço neto, de 10.

* Observando tudo, em altas costuras, a afiada dupla Lídia das Vestes, grife da perua Tijuca, e Zuíno, fiel à zona da Leopoldina, desfilando uma elegância só!

[Quem lembrar de outros, diga aí, que eu registro.]

E muitos outros, a começar por mim, Guina, atravessando de Niterói e fazendo a ponte com a turma do IFCS, que incluía Manhães, Bárbara, Cláudia Versiani, Márcia Hortência, Michel, Valéria, e ainda Regina, Jitman, Helô, Gil, e sei lá quem mais, me lembrem!...



É claro que as ausências foram sentidas, mas, no fundo do coração, estavam todos lá. E saravá!

Aí estão algumas fotos, de celular, que só lembrei de fazer quando a festa (com fundo musical de Sonia Lentine e pungente violão de Sant'Anna) já ia pra lá da metade...

[Se alguém fez foto do Camarada e de suas graças, e outros, manda aí!]

Queiram perdoar esta fajuta reportagem social: o evento merecia muito mais!
Estão abertos os comentários, para que todos os engraçadinhos (e até os sérios) relatem, escrevam, descrevam!

segunda-feira, 16 de julho de 2012

094 > Um trio quixotesco na Bahia


Ainda há aventuras da época da turma de Olaria a editar (e fica-se devendo, queiram perdoar) e muitas que merecem ser contadas. Pois, está mais do que na hora de contar esta...

Entre as especialidades mais estimadas no grupo estavam as viagens de carona. Motivos para viajar sempre existiam... Uma das principais, a vontade de rever (novos) amigos, em especial padres que passavam por Olaria. A conexão com os franciscanos, com tinturas políticas e também afetivas, levaram alguns de nós a constantes visitas ao convento de Petrópolis. Além disso, a igreja de São Geraldo era centro de recepção de padres estrangeiros, a caminho de paróquias no interior, a maioria espanhóis, o que já fora motivo de marcantes viagens. São exemplos, Foz de Iguaçu (via Presidente Prudente, onde estava o Pe. Carmelo) e Goiandira-GO, para a pesquisa proposta pelo Pe. Joãozinho, histórias já relatadas.
Viajar vicia... Daí, inventávamos outras. Foi assim que um inusitado trio se formou, com a inexplicável intenção de passar o Carnaval de 1970 em Salvador, BA, embora a viagem em si fosse motivo bastante. Na ordem de experiência neste tipo de aventura, à época, Derval, Guina (que conta a história) e Zuíno, três magrelos na estrada, três D. Quixotes querendo encarar o mundo...
Guina no futebol

Zuíno pensativo
Derval na festa

[De imediato, chamo os parceiros a colaborar. O Der pode mandar lembranças por e-mail 
e Zu, com sua memorável memória, recuperar detalhes (vou lhe mandar cópia impressa).]

Naturalmente, a primeira parada foi o convento dos franciscanos em Petrópolis. Não para pedir apoio espiritual, apenas porque estava no caminho... Para mim, resultou em grande ganho: descolei uma sandália franciscana original!... Que merece ser descrita: estrutura em couro, com solado de pneu; “porta-calcanhar” muito rígido, apenas duas tiras largas sobre peito do pé; na lateral, um cotoco de ferro (5mm de altura, 3 de diâmetro), para encaixar um dos 3 buracos da tira. Par de sandálias muito resistente e também duras, causa de honrosos calos por muito tempo...
Eu com a sandália no pé, seguimos pela antiga Rio-Bahia e logo estávamos em Minas Gerais. A lembrança mais forte da Zona da Mata é de uma estranhíssima, quase inacreditável carona (muita vontade de chegar...) numa carroceria (uma espécie de engradado de madeira, fechado até no alto) de um caminhão de buscar gado. O trocadilho procede... Com excessão de um travessão de madeira, que atravessava a carroceria, todo o resto do espaço era um mar de bosta!... Viajamos uma tarde inteira agarrados às laterais da carroceria, mantendo as bundas firmes no sarrafo!
Minas Gerais seria associada a esta mal cheirosa lembrança, não fosse o encontro com o Sapão, motorista que reconheci no posto de gasolina em que nos deixaram. Amigo de meus irmãos, também motoristas, Sapão imediatamente embarcou na nossa! E nós embarcamos na cabine da sua carreta Scania, para uma virada de noite na estrada. Tão volumoso como o apelido sugere, Sapão deixava pouco espaço para nossos corpos, e éramos  magros... Em compensação, encheu nossas cabeças das mais incríveis histórias das estradas, pena que não lembro mais nada...  

Milagres e o morro da Bandeirinha - foto Rony Cerqueira
Não me perguntem como, mas, por outras caronas, chegamos a uma das nossas metas: Milagres, na Bahia. Cidadezinha celebrizada pelos filmes de Glauber Rocha, no vazio entre Jequié e Feira de Santana, conhecíamos dela, ao menos, a paisagem... Junto à estrada, a parte “moderna”: uma série de postos de gasolina, restaurantes e puteiros, cenário da famosa cena de “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, ao som de “levanta, sacode a poeira, dá a volta por cima”... A poucas centenas de metros, a praça principal, um quadrilátero cercado de casas baixas de fachadas coloridas, ocupada por uma eterna feira típica do Nordeste. 
Milagres, vista da estrada - foto Fernandes Sales
Sobe-se uma ladeira e temos a igreja, ladeada pelas mesmas casas, ambiente de muitas cenas dos filmes de Glauber. Do largo em frente, a ladeira desce para o infinito da caatinga, o amplo horizonte também presente nos filmes. Ao lado, começa o tortuoso caminho que leva à gruta, na montanha ao fundo da cidade. Era tempo de romarias e a quantidade de romeiros impressionava, quase éramos mais uns... Não sei mais se me confundo, mas acho até que, circulando pelas redondezas, estivemos em um velório de criança, num casebre de taipa, mas pode ser apenas um clichê visual nordestino que me veio à cabeça...


No sábado de Carnaval, à tarde, estávamos em Salvador. Fomos parar na Liberdade, o grande bairro popular, na casa de alguém que alguém conhecia... E no sobe e desce das ladeiras (eu, me sentindo personagem de Jorge Amado...), adentramos, no domingo, ao Carnaval da Cidade Alta. O que lembro é massa... Muita gente, um aperto total, muita cotovelada e empurrões, diziam ser a mais pura dança dos blocos de rua... Ainda não havia blocos de mortalha ou não chegamos perto de nenhum. Acho que passamos uma noite zanzando entre a praça Castro Alves (que, realmente, era do povo!...) e os bairros de praia, Pituba ou Rio Vermelho. Não dá para lembrar os roteiros, mas é difícil esquecer a emoção, e são 42 anos!... A praia de Itapuã, a caminhada entre coqueiros e nas pedras, e o farol, longe... A ida à lagoa do Abaeté, onde reinventamos o “bife à milanesa”: acho que fui eu quem, meio por medo de mergulhar nas águas escuras, achei divertido rolar pela areia, duna abaixo até a beiradinha da água, rimos bobamente... Em suma, andávamos por todos aqueles lugares incríveis de Salvador e à noite voltávamos à Liberdade, e isto não é mais uma descrição, é uma alegoria!
Lagoa do Abaeté, década de 1970


Para voltar, quanto mais rápido melhor... Só lembro que uma carona nos deixou tresnoitados na entrada de Teófilo Otoni, já em Minas, de manhã cedo, depois de mais uma longa conversa que ajudava o motorista a ficar acordado. Tínhamos levado uma carga de dezenas de canetas, com corpo de bambu envernizado, apoio do Perfeito, para fazer caixa, vendendo no varejo. Carregamos aquele pacote o tempo todo... Aí, tivemos uma ótima idéia: fomos à rodoviária, vendemos as canetas no atacado para uma lojinha, para pegar um ônibus até o mais longe possível e dormir a viagem toda. Nos últimos lugares de um que saiu às 6h da matina, quase pegando no sono, descobrimos que a grande maioria dos passageiros era de um grupo evangélico: passaram a viagem toda cantando hinos religiosos...

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

082 > Um Encontro Perfeito! --- Preparativos (1 de 7)

 Para ver + fotos, clique abaixo em  
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 Eis aqui um registro, em fotos, do grande Encontro das turmas de Olaria e Manguinhos, 
com lançamento do livro sobre a Kika.
445 - Reni, Jô e Zu...
Cabe aos participantes darem uma ideia do que foi este Encontro, em seus comentários.
447 - ...ajudando ou perturbando Lídia Vestes? [G]
É certo que todos estiveram presentes, os que não puderam ou mesmo os que não quiseram ir, nas nossas lembranças, conversas e brincadeiras.




451 - Guina abraça os que vieram de mais longe,
Bandeira do Pará, Finfa do Maranhão. [G]

452
446 Precioso apoio na cozinha:
Márcia Hortência, Lana e Iá. [G]

453 - Fabio Daflon e Carlos Alberto Finfa [G]
455

454 - Paulinho Vendrami recepcionado calorosamente
por Bandeira e Luiz Cesar [G]


456 - Diálogo entre um filho de português e um português...
Bandeira: - Tem que tirar toda a pele do bacalhau!
Perfeito: - Que nada, tem que cozinhar com a pele!
457
Bandeira: - Ah, deu o maior trabalho, mas já foi tirada!
Perfeito: - É pena... Mas, vamos comer assim mesmo! [G]