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terça-feira, 31 de maio de 2011

061 > Meu momento "esquecível"...

            É assim, para quem está por dentro: a vida continua, mesmo que não seja sempre justa...
            E, diante dos mal-entendidos e bem-feitos da última semana, nada melhor do que ser capaz de rir de si mesmo, que é muito mais nobre do que rir dos outros...
Daí, inicio a série que poderia se chamar “Pagando o mico” ou “Dando mancada”, mas (já que nestes tempos insensatos de pressões politicamente corretas não seria surpresa alguma sociedade protetora reclamar) ganha o título (embora aceite sugestões) de “Meu momento 'esquecível'...”.
Três histórias por postagem (escrevam!), sempre em torno de Olaria e a sua (a nossa) Turma...

Bonilha >                                                                               P. Prudente, 12-5-2011
Comprei 1 violão e, sem saber tocar, paguei umas aulas no Bairro de Ramos. Foi o bastante: por várias noites seguidas esgueirei-me pelo MAM, no Rio de Janeiro, atrás de mulheres jovens "dando uma de" violeiro! Ah, ah!
E NÃO É QUE, VEZ OU OUTRA, RESULTAVA?? Testemunha disso é o William Santos, que me acompanhou em algumas ocasiões.
O Museu de Arte Moderna era um luxo; já fora dele o ambiente era outro. "Hippies", mendigos, policiais e pessoas que não tinham ocupação, todas passeando sob o prédio (construído em parte sobre pilotis) e à cata de algo ou alguém... Os policiais, à cata de foras-da-lei e com isso mostrar serviço – os mendigos, pedindo esmola – os "hippies", perseguindo sonhos... era nesse último segmento que eu encontrava minhas companheiras. Infelizmente, tinha de socializar com alguns elementos sujos, agressivos ou abilolados – ossos do ofício! Foi 1 abilolado que me convenceu a assistir ao balé de Israel no teatro municipal (GRATUITO).
Fomos em nº de 3. Enquanto aguardávamos o espetáculo, 1 deles começou a jogar aviõezinhos de papel na platéia (estávamos num camarote acima do palco). Antes da dança, tocou a banda da polícia militar do Rio: o jovem jogou 1 aviãozinho que voou à frente da batuta e fronte do maestro fardado, ante a câmera da TV oficial que filmava o evento... Foi o que bastou: 2 policiais de terno preto, 1 à nossa direita e outro à nossa esquerda, nos pediram – 1 deles com a mão sob o paletó – que deixássemos os assentos e nos levaram do camarote, escada abaixo. Avistei uma colega do coral da igreja do Rio Comprido (onde eu cantava) e fiz-lhe sinal: ela só fez cara de espanto. Não reagiu nem avisou ninguém do mencionado coro.
Puseram-nos numa Kombi e ficaram esperando, talvez ordens superiores.
O resto já relatei em 1 postagem no "blog" de Olaria.
Fui do meu bairro ao MAM em busca de garotas e acabei preso... FOI O MAIOR "MICO" QUE PAGUEI ENQUANTO MORADOR DE OLARIA!

Lúcia >
Olha, não sei se esse foi o meu maior mico...acho que houve outros. 
Quando o assunto é circo... Bem, o lugar era Olaria, no Largo das Cinco Bocas, onde vez por outra era armado o famoooso "Circo Atlântico" da trupe Carequinha, Fred, Zumbi e o Meio-Quilo.
Olha, para a garotada da época era o máximo, porque acompanhávamos todos os movimentos daqueles nossos heróis do picadeiro nos mínimos detalhes. Ouvíamos de loooonge o chamado para o dia D. Que tempo bom, alegre e colorido de relembrar!!!
Seguinte, estávamos eu e meus três queridos irmãos sentados na arquibancada, quando o Carequinha começou a convidar as crianças para as brincadeiras lá no picadeiro, dizendo: "O que é que vocês estão esperando? O espetáculo não pode parar!!! Tá certo ou não tá?"
            E eu mais que depressa desci correndo pelas tábuas, para participar da brincadeira, que era só morder uma maçã, não tinha erro!!
Então, duas crianças uma defronte a outra com os braços para trás; a primeira que conseguisse, levaria a fruta que ia e voltava num barbante com um impulso desgraçado, e eu nas pontas dos pés, anestesiada, doida pra ganhar!!! (rsrsrs).
Aquela  vermelhinha, perfumaaada, a danada da maçã argentina, "...e a seda azul do papel que envolve a maçã....", que lindo isso do Caetano, não?, uma iguaria que em casa de gente pobre, como a minha, comer maçã, só se a pessoa estivesse adoentada!
Carequinha
Ela, a maçã, ia e voltava, zombando da minha 'competência'...a minha boca aberta, esperando dar o bote, ela veio rápida, mordi a maçã, fiquei com ela entalada, mal conseguia respirar, doíam os dentes e, por ter abaixado os pés, abri a boca e a perdi.

Confesso que voltei para o meu lugar meio triste, suando depois de tanto esforço, mas como prêmio de consolação ganhei uma foto e um afetuoso abraço do nosso querido palhaço Carequinha; achei que eu também era de circo!!! (rsrsrs)
Adorei contar isso... gente, que 'trem bão' esse de ...  quem tem aí um lenço de papel, pois essa foto do Carequinha...
Amo vocês!!!
Lucia. 

Guina >
Há pouco vimos fotos dos memoráveis encontros de Barra do Piraí e apareceram alguns personagens da fase “tardia” da Turma de Olaria, entre eles a Ângela, uma das minhas primeiras namoradas, que eu também fui “tardio” nestas coisas...
O lance aconteceu numa noite em que estávamos, eu e ela, em um dos quartos do terceiro andar do antigo seminário, daqueles apertados, com duas camas, que na hora de dormir eu dividiria não sei mais com quem (não com ela, que a moral reinante ainda não nos permitia...). Por acaso, no quarto ao lado, um grupo grande, todo mundo amontoado (já não lembro mais quem...) conversava e toda hora se escangalhava de rir por qualquer coisa...
O barulho incomodava, mas, tudo bem, estávamos ali sozinhos, numa conversa genérica qualquer. Só que a conversa foi evoluindo para umas atividades exploratórias mútuas, que iam se tornando relativamente ousadas para os personagens, a época e as circunstâncias... A janela estava escancarada, dando para um espaço central entre duas alas do prédio. Era verão, havia muito calor ali dentro, o jeito era a gente ir tirando a roupa... A luz, naturalmente, continuava acesa, que não havia segundas intenções na conversa, apenas aconteceu que a natureza sugeriu e cada um foi fazendo seu papel...
Eis, porém, que uma almofada voadora adentra estrepitosamente o quarto, batendo justamente na parede acima da cama em que estávamos, apenas um pequeno erro de pontaria... O susto foi grande! Custamos a entender o que acontecia e ambos, inexperientes, não fazíamos ideia de que aquela situação pudesse resultar em uma sensação tão impactante...  
Ora, perceber que não passava de um atentado (melhor dizendo, uma sacanagem), moralizante ou debochado, não importa, me deixou indignado!... A ela, nem tanto: queria deixar pra lá, fechar a janela e retornar a conversa no ponto em que estávamos...
Mas, eu não!... Aquilo me colocava em uma situação que considerei vexatória, me desmoralizava diante do grupo, ou algo assim, fiquei injuriado!... E a reação foi espontânea, explosiva... Rapidamente recomposto, saí porta a fora com a almofada na mão e de imediato invadi o quarto adjacente (justamente na direção de que veio o petardo), fui tirar satisfação... Lembro que dei a mais absoluta bronca, uma das maiores dentre muitas que já dei, por outros motivos, é claro...  
Não poderia dizer quem (algum mecanismo de proteção...), mas lembro do ar parvo dos pelo menos 10 que estavam naquela conversa divertida no quarto ao lado, todos me olhando espantados. Naturalmente, fizeram cara de absoluta inocência e ignorância...
Quando retornei ao meu quarto, incapaz de voltar às intimidades anteriores, consegui ao menos fazer uma perícia: concluí que a almofada, se viesse do quarto ao lado, não teria como fazer aquela trajetória... Só podia ter vindo do terraço acima do pavilhão em frente, algum outro espertalhão foi o "atirador". Ou seja, vocês que estavam naquele quarto eram inocentes, embora eu ainda tenha certeza de que todos sabiam que a coisa ia ser feita...
Se alguém quiser confessar qualquer coisa, não se preocupe, minha indignação já passou...  
Guina  

quarta-feira, 11 de maio de 2011

057 > Carnaval complicado em Paraty

            As fotos de Barra do Piraí (055 > Aleluia!... Ele ressuscitou!...) trouxeram de volta algumas figuras, agregados à turma de Olaria em sua fase final (vou citar em que fotos estão), também personagens desta história, que estou quase certo de que foi em 1971... Não lembro de tudo, mas algumas vivências pontuais não me saem mais da cabeça, a não ser para ir para o blog...


            A viagem era quase um safári, a Rio-Santos ainda não estava completa, só ia até Angra. Não lembro bem, mas acho que fomos de trem (ou foi noutra viagem?) até Mangaratiba, onde íamos pegar a barca da Cia. de Navegação Sul Fluminense. Aí, o primeiro lance divertido...
            Chegamos no meio da tarde, com o tempo nublado, um prenúncio... Passagens já compradas, esperando a barca, nos espalhamos pela praça em frente ao cais. Alguns dormiram na grama, entre eles o Getúlio (foto 14). Lá pelas 17h chega a barca, todo mundo se movimenta e o Getúlio pergunta: “Puxa, já é de manhã? Dormi tanto assim?”...
            Deu a dica... De imediato, concordamos todos. Começou uma patética cena, em que fazíamos tudo para convencê-lo de que tinha dormindo a noite toda e que o dia recem nascera. Por exemplo, fomos com ele à padaria tomar o café da manhã... Aos poucos, Getúlio estranhou: “Mas, tá escurecendo...”.
            Tivemos que explicar que naquela região, com o tempo nublado e tal... Em suma, era assim mesmo, apenas “parecia” que estava escurecendo... Aguentamos mais de uma hora, mas não teve jeito: escureceu mesmo e fomos pegar a barca. Acho que estavam neste “teatro”, além dos que citarei depois, a Adriana e, acho, o Cláudio Mateus.
            A viagem de barca foi “brabera”!... No início, já escuro, foi divertido. Primeira parada, Abraão, na Ilha Grande. Depois, Angra dos Reis. A partir daí, altas horas, a grande travessia até Paraty... 
Foi quando o tempo fechou geral, caiu uma tempestade total! Todos sentados na proa (à frente), na parte interna, em baixo. Foi um sufoco!... Um lugar apertado, escuridão quase total e a barca batendo contra as ondas, subindo e dando pancada, a água salgada respingando geral, cada onda parecia que atravessaria o vidro das pequenas escotilhas, que a barca ia ser invadida pelo mar... Em suma, um esquife marítimo que, impressionante!, não só não afundou, como aportou em Paraty, mas já depois da meia-noite.
            Alguém tinha dado a ideia de atravessar a cidade e ir acampar na praia, acho que foi o Pedroca (foto 17), se é que ele estava nessa... Mas, ele daria esta ideia e, de qualquer modo, alguém deu... Aí, às 2h da manhã, estávamos armando barracas (duas, apertadas: dormi de cara para o plástico da parede...). Alguém (quem?) escolheu o local: bem no início da praia de Jabaquara (vi no GoogleMaps...), perto da foz de um riacho. Alguém ainda comentou algo sobre marés, só que a gente estava com um sono...
            Nem bem o sol raiava, eis que a água do riacho (ou a do mar?) entrava solenemente pelas barracas, e foi um tal de acordar, tirar bagagens e se safar, que já animou o dia!...
A partir daí, tudo é Carnaval! Muita praia, umas biritas, entrar nos blocos de sujos, estava valendo a pena! Tanto é que todo mundo ia voltar no fim de semana seguinte.

Menos eu... Estava no meu primeiro emprego, uma revendedora de carros usados na Av. Brigadeiro, em Caxias, era algo como escriturário. E o Getúlio, que tinha também um emprego, não lembro qual. Então, tínhamos que sair de Paraty na 4ª-feira de Cinzas. Para não encarar a barca assustadora, armamos um esquema complicado (e caro): pegamos um ônibus, via Cunha, para Guaratinguetá, no vale do Paraíba do Sul, SP, e, foi só bater na rodoviária local, outro para o Rio. 
Beleza!... A previsão era chegar lá pelas 11h da noite de 4ª-feira, dormir e ir trabalhar. Quando saímos de Paraty, o tempo estava ótimo, deu aquela dor de corno... Na viagem começou a chover, mas viemos bem. Às 22,30h estávamos na Av. Brasil, altura de São Cristóvão, em frente ao Sabão Portuguez e à Transportadora Lusitana, e agora realmente chovia muito... Conclusão: só chegamos à Rodoviária, uns 5km depois, às 7h da manhã!... O alagamento no Rio era geral, o que até foi uma boa desculpa para não ir trabalhar...
Já o pessoal que ainda estava em Paraty passou o maior perrengue!... O que lembro (e sei) é que a enchente foi total. O Elísio (fotos 14 e 17) parece que salvou gente que ia morrendo afogada. E para sair de lá e chegar ao Rio, ficou ruço!... A estrada para Cunha foi interditada por barreiras. Que eu lembre, das conversas posteriores, alguns vieram de barca, não sei quando. Mas, o Elísio, em uma fase realmente heroica, encarou a estrada, ainda de terra, até Angra dos Reis, que deve ter sido uma lameira só... E ainda veio comboiando a Ângela (fotos 11 e 14), que, aliás, era minha namorada à época, em um gesto altruísta que me deixou meio ressabiado, mas sem deixar de ficar agradecido ao amigo pelo desprendimento... 
              Quem mais estava nessa?...