Mostrando postagens com marcador MAM. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador MAM. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 6 de setembro de 2011

071 > Procurando (e encontrando!) Casé

O fato é que todo mundo queria reencontrar o Casé....
Desde que foi lançado o blog de Olaria, e mais ainda com os dois emocionantes encontros que fizemos na passagem do ano, a lembrança de Casé se mantém em alta.
Um dos mais saudosos foi, certamente, o Bonilha, que não sossegou e iniciou mais uma de suas arrepiantes pesquisas, desta vez à procura de um grande companheiro de caminhadas (pelas ruas da zona da Leopoldina). Muitos de nós (Guina, Bandeira e outros) insuflamos este esforço do Bonilha, que, escarafunchando a Internet (veja os detalhes escabrosos em 051 > Onde está (uai, ali?)... Casé?), conseguiu reconstituir grande parte da vida acadêmica de Casé, que no fim das contas é, sem erro, um doutor matemático!
Endereços, empregos e e-mails foram levantados, recados e mensagens enviadas, e nada!...
No Encontro da Barra, em janeiro, o próprio Cláudio (que já deixou de ser “os cornos” do irmão...) declarou não ter a menor ideia de onde ele estava. Pois a turma de Manguinhos, muito especialmente a Jô, tinha certeza e garantia: Casé continuava no coração de todos!
Injuriado, Bonilha se deu ao luxo de se inscrever no Linkedin, rede social de contatos profissionais, não para arrumar um emprego que o tirasse de sua boa e prudente vida, apenas para checar a presença de Casé e tentar contato.
Ainda que sem resposta, resolvemos incluir o possível e-mail do Casé na lista da turma de Olaria. Assim, ao menos, se estava lá do outro lado, receberia as atualizações do blog.
Pois muito bem, e poupando-os dos detalhes: deu tudo certo!
Sem mais nem menos, Casé responde para mim (custei a acreditar!) a mensagem do Charles em que peguei carona. E, no mesmo dia, à já antiga mensagem de Bonilha no Linkedin. E mais não disse, por enquanto, ao que eu saiba. Um tímido retorno, como lhe convém...   

Só que o que menos se fez foi justamente o mais importante: lembrar as nossas histórias com Casé!...
Então, conto agora uma historinha rápida e bem divertida, exceto, talvez, para ele...
Aconteceu num daqueles ansiados eventos do MAM, o Museu de Arte Moderna, praticamente o único centro cultural do Rio de Janeiro àquela época, como bem comentou Bonilha postagens atrás... Não lembro de detalhes, a não ser que o evento tinha hora marcada (peça, filme?...) e que chovia absurdamente!
Casé estava atrasado e todos nós (não lembro quem) esperávamos, ansiosos, por ele. De repente, alívio geral: surge, vindo da passarela, aquele vulto esguio vestido todo de branco, protegido da tempestade por um largo guarda-chuva, que vinha driblando com passo quase marcial (de praticante autodidata de artes marciais) as poças d’água do jardim.
Estávamos todos de olho nele, o espetáculo ia começar...
E foi rápido...Impávido, Casé vinha em nossa direção, e chegaria bem a tempo... Mas, talvez confundido pelas fortes luzes dos pilotis do MAM, esqueceu um detalhe: o lago.
O MAM e seu lago, em dia de sol
Acompanhamos horrorizados a firmeza com que Casé e seu guarda-chuva adentraram às águas escuras (mas rasas...) do lago retangular, à frente do museu, e vimos como se envolveu com os aguapés (ou outras plantas que flutuassem lá) e as tilápias (ou outros peixes que nadassem lá) até formarem todos uma mistura espumosa com pernas, braços e roupas brancas...
Encharcado mas (como era do seu feitio) responsável, manteve o compromisso: fez questão de participar do evento, nem lembro qual...

terça-feira, 31 de maio de 2011

061 > Meu momento "esquecível"...

            É assim, para quem está por dentro: a vida continua, mesmo que não seja sempre justa...
            E, diante dos mal-entendidos e bem-feitos da última semana, nada melhor do que ser capaz de rir de si mesmo, que é muito mais nobre do que rir dos outros...
Daí, inicio a série que poderia se chamar “Pagando o mico” ou “Dando mancada”, mas (já que nestes tempos insensatos de pressões politicamente corretas não seria surpresa alguma sociedade protetora reclamar) ganha o título (embora aceite sugestões) de “Meu momento 'esquecível'...”.
Três histórias por postagem (escrevam!), sempre em torno de Olaria e a sua (a nossa) Turma...

Bonilha >                                                                               P. Prudente, 12-5-2011
Comprei 1 violão e, sem saber tocar, paguei umas aulas no Bairro de Ramos. Foi o bastante: por várias noites seguidas esgueirei-me pelo MAM, no Rio de Janeiro, atrás de mulheres jovens "dando uma de" violeiro! Ah, ah!
E NÃO É QUE, VEZ OU OUTRA, RESULTAVA?? Testemunha disso é o William Santos, que me acompanhou em algumas ocasiões.
O Museu de Arte Moderna era um luxo; já fora dele o ambiente era outro. "Hippies", mendigos, policiais e pessoas que não tinham ocupação, todas passeando sob o prédio (construído em parte sobre pilotis) e à cata de algo ou alguém... Os policiais, à cata de foras-da-lei e com isso mostrar serviço – os mendigos, pedindo esmola – os "hippies", perseguindo sonhos... era nesse último segmento que eu encontrava minhas companheiras. Infelizmente, tinha de socializar com alguns elementos sujos, agressivos ou abilolados – ossos do ofício! Foi 1 abilolado que me convenceu a assistir ao balé de Israel no teatro municipal (GRATUITO).
Fomos em nº de 3. Enquanto aguardávamos o espetáculo, 1 deles começou a jogar aviõezinhos de papel na platéia (estávamos num camarote acima do palco). Antes da dança, tocou a banda da polícia militar do Rio: o jovem jogou 1 aviãozinho que voou à frente da batuta e fronte do maestro fardado, ante a câmera da TV oficial que filmava o evento... Foi o que bastou: 2 policiais de terno preto, 1 à nossa direita e outro à nossa esquerda, nos pediram – 1 deles com a mão sob o paletó – que deixássemos os assentos e nos levaram do camarote, escada abaixo. Avistei uma colega do coral da igreja do Rio Comprido (onde eu cantava) e fiz-lhe sinal: ela só fez cara de espanto. Não reagiu nem avisou ninguém do mencionado coro.
Puseram-nos numa Kombi e ficaram esperando, talvez ordens superiores.
O resto já relatei em 1 postagem no "blog" de Olaria.
Fui do meu bairro ao MAM em busca de garotas e acabei preso... FOI O MAIOR "MICO" QUE PAGUEI ENQUANTO MORADOR DE OLARIA!

Lúcia >
Olha, não sei se esse foi o meu maior mico...acho que houve outros. 
Quando o assunto é circo... Bem, o lugar era Olaria, no Largo das Cinco Bocas, onde vez por outra era armado o famoooso "Circo Atlântico" da trupe Carequinha, Fred, Zumbi e o Meio-Quilo.
Olha, para a garotada da época era o máximo, porque acompanhávamos todos os movimentos daqueles nossos heróis do picadeiro nos mínimos detalhes. Ouvíamos de loooonge o chamado para o dia D. Que tempo bom, alegre e colorido de relembrar!!!
Seguinte, estávamos eu e meus três queridos irmãos sentados na arquibancada, quando o Carequinha começou a convidar as crianças para as brincadeiras lá no picadeiro, dizendo: "O que é que vocês estão esperando? O espetáculo não pode parar!!! Tá certo ou não tá?"
            E eu mais que depressa desci correndo pelas tábuas, para participar da brincadeira, que era só morder uma maçã, não tinha erro!!
Então, duas crianças uma defronte a outra com os braços para trás; a primeira que conseguisse, levaria a fruta que ia e voltava num barbante com um impulso desgraçado, e eu nas pontas dos pés, anestesiada, doida pra ganhar!!! (rsrsrs).
Aquela  vermelhinha, perfumaaada, a danada da maçã argentina, "...e a seda azul do papel que envolve a maçã....", que lindo isso do Caetano, não?, uma iguaria que em casa de gente pobre, como a minha, comer maçã, só se a pessoa estivesse adoentada!
Carequinha
Ela, a maçã, ia e voltava, zombando da minha 'competência'...a minha boca aberta, esperando dar o bote, ela veio rápida, mordi a maçã, fiquei com ela entalada, mal conseguia respirar, doíam os dentes e, por ter abaixado os pés, abri a boca e a perdi.

Confesso que voltei para o meu lugar meio triste, suando depois de tanto esforço, mas como prêmio de consolação ganhei uma foto e um afetuoso abraço do nosso querido palhaço Carequinha; achei que eu também era de circo!!! (rsrsrs)
Adorei contar isso... gente, que 'trem bão' esse de ...  quem tem aí um lenço de papel, pois essa foto do Carequinha...
Amo vocês!!!
Lucia. 

Guina >
Há pouco vimos fotos dos memoráveis encontros de Barra do Piraí e apareceram alguns personagens da fase “tardia” da Turma de Olaria, entre eles a Ângela, uma das minhas primeiras namoradas, que eu também fui “tardio” nestas coisas...
O lance aconteceu numa noite em que estávamos, eu e ela, em um dos quartos do terceiro andar do antigo seminário, daqueles apertados, com duas camas, que na hora de dormir eu dividiria não sei mais com quem (não com ela, que a moral reinante ainda não nos permitia...). Por acaso, no quarto ao lado, um grupo grande, todo mundo amontoado (já não lembro mais quem...) conversava e toda hora se escangalhava de rir por qualquer coisa...
O barulho incomodava, mas, tudo bem, estávamos ali sozinhos, numa conversa genérica qualquer. Só que a conversa foi evoluindo para umas atividades exploratórias mútuas, que iam se tornando relativamente ousadas para os personagens, a época e as circunstâncias... A janela estava escancarada, dando para um espaço central entre duas alas do prédio. Era verão, havia muito calor ali dentro, o jeito era a gente ir tirando a roupa... A luz, naturalmente, continuava acesa, que não havia segundas intenções na conversa, apenas aconteceu que a natureza sugeriu e cada um foi fazendo seu papel...
Eis, porém, que uma almofada voadora adentra estrepitosamente o quarto, batendo justamente na parede acima da cama em que estávamos, apenas um pequeno erro de pontaria... O susto foi grande! Custamos a entender o que acontecia e ambos, inexperientes, não fazíamos ideia de que aquela situação pudesse resultar em uma sensação tão impactante...  
Ora, perceber que não passava de um atentado (melhor dizendo, uma sacanagem), moralizante ou debochado, não importa, me deixou indignado!... A ela, nem tanto: queria deixar pra lá, fechar a janela e retornar a conversa no ponto em que estávamos...
Mas, eu não!... Aquilo me colocava em uma situação que considerei vexatória, me desmoralizava diante do grupo, ou algo assim, fiquei injuriado!... E a reação foi espontânea, explosiva... Rapidamente recomposto, saí porta a fora com a almofada na mão e de imediato invadi o quarto adjacente (justamente na direção de que veio o petardo), fui tirar satisfação... Lembro que dei a mais absoluta bronca, uma das maiores dentre muitas que já dei, por outros motivos, é claro...  
Não poderia dizer quem (algum mecanismo de proteção...), mas lembro do ar parvo dos pelo menos 10 que estavam naquela conversa divertida no quarto ao lado, todos me olhando espantados. Naturalmente, fizeram cara de absoluta inocência e ignorância...
Quando retornei ao meu quarto, incapaz de voltar às intimidades anteriores, consegui ao menos fazer uma perícia: concluí que a almofada, se viesse do quarto ao lado, não teria como fazer aquela trajetória... Só podia ter vindo do terraço acima do pavilhão em frente, algum outro espertalhão foi o "atirador". Ou seja, vocês que estavam naquele quarto eram inocentes, embora eu ainda tenha certeza de que todos sabiam que a coisa ia ser feita...
Se alguém quiser confessar qualquer coisa, não se preocupe, minha indignação já passou...  
Guina