sábado, 9 de outubro de 2010

017 > Morte e Vida Severina - a música

Ainda lembro dos versos (desde aquela época!), que aprendi na varanda da casa da Silva e Souza: 

Sofri e chorei a grande dor de ver se acabar o nosso amor.
Pedi perdão, queria até morrer, porém você me abandonou...
Pra não sofrer mais, pra não chorar mais, 
eu canto agora o meu canto de paz!
Pra não sofrer mais, pra não chorar mais, 
eu canto agora o meu canto de paz!
Sofri e chorei...

A autora (e cantora), a nossa maviosa Linda (agora sob o nome artístico de Tia Alair) dá o ar de sua graça!
E traz logo um assunto fundamental, um grande momento da turma de Olaria!
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Gostaria de lembrar a antológica peça teatral Morte e Vida Severina, encenada por todos nós. 
Em particular deu-me a maior mão de obra. Como vcs todos sabem, é um musical, só que não tinha partitura (se tivesse iria facilitar e muito o meu trabalho) . 
O Perfeito ficou de arranjar as tais, mas, alguns dias depois me veio com o disco do Grupo Tuca e disse: "Isto foi o que eu pude arranjar, se vira e não reclama".
Só que a trilha sonora era cantada por vozes, feminina e masculina, em melodias completamente diferentes  uma da outra, e no disco estavam as duas vozes tudo misturado.
Pensei: "Fudeu, como é que eu vou separar esta merda agora?"
Apelei mesmo foi pro meu ouvido, aprendendo cada voz de uma vez. 
Acreditem, não foi fácil. O disco quase furou de tanto tocar. O pessoal de casa não aguentava mais, pediam pelo amor de Deus para eu desligar o toca-disco.
Mas no final valeu a pena, ficou AQUELA MARAVILHA!
ARRASAMOS, concordam?
Linda
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7 comentários:

Guina Araújo Ramos disse...

Linda me lembrou, ao telefone, que esta música foi escolhida para o desfile do Cacique de Ramos de 1969, na sua primeira participação no bloco, levada pelo pai.
Ficou de dar mais detalhes.
Guina

Bandeira disse...

O "Diretor" que apareceu em São Geraldo para nos dirigir em "Morte e Vida Severina" era o Raul, a quem apelidamos de "Mística" e que queria colocar a Linda como a mulher da janela, em cima de um andor para sua entrada triunfal no espetáculo; não permitimos, pois essa situação (apesar de fantástica!) certamente provocaria "nervoso" na galera, que acabaria derrubando o tal andor com a Linda e tudo no chão. Sábia decisão!
Depois retorno a narrativa, tentando contar como a chegada da Linda na Turma de Olaria, após o impacto inicial de "piedade" (digamos assim) de sua condição de "aleijada", evoluiu para uma sacanagem generalizada, em parte provocada por ela mesma, quando começou a tentar chantagear com a galera, ligando para quem tinha telefone, dizendo que iria se matar, com aquele vozeirão dramática e cavernosa, dizendo-se vítima da "Síndrome de Nora Ney" - ninguém me ama, ninguém me quer - e deixando todos desesperados, num primeiro momento, sentimento que evoluiu para o deboche e a porrada, em "brincadeiras" (algumas cruéis!)...
Lembram que quando à noite, passávamos pela calçada da casa dela na Rua Silva e Souza, e fazíamos o barulho com a boca, como se tivéssemos pisando em água, da "lagoa", onde dizíamos que ela morava; juntamente com o Tio Al Sapone, o primo "Saplay",a tia "Garça", etc, etc, etc...
Muita maldade, mas totalmente explicável olhando, de hoje.
Beijos,
Luiz Antônio Bandeira

carrivo disse...

Lembro dos ensaios e de uma apresentação na Fac de Madicina da UFRJ. Afora os espetáculos na própria Igreja. Emoção pura. Lembro também que travei em meio a peça, quando carregava a rede com o defunto junto com a Natália. Travei e ela balançava o cabo da rede para eu metocar. Acho que consegui prosseguir.
Salve linda. Tinha uma música que vc cantava e que eu adorava e acho que era de sua autoria. Era um trenzinho.Grande voz, próxima a Leni Andrade. Tô ouvindo agora na minha memória. BJ. Carlos.

Linda disse...

Lembranças, lembranças e mais lembranças.
Tudo parece ser um livro aberto em nossas memórias. Nos faz vivenciar áureos tempos em que tudo nos era permitido, onde tudo nos era tangível, nada impossível até mesmo pra mim, a "aleijada", que talvez fosse das pernas mas nunca na consideração e o amor que sentia e ainda sinto por todos vocês.
Por falar nisso, Luiz Antônio, estou com saudades daqueles seus beijos torturantes em minhas buchechas.
Carlos, vou publicar no blog a letra do Trenzinho do Amor de minha autoria e de meu parceiro Everaldo Senna, uma das minhas músicas que vc tanto gosta.
Também contarei, como prometi ao Guina como foi o meu ingresso no Cacique de Ramos.
Beijos e até lá.
Linda

Bandeira disse...

Querida Linda!
Que saudades!
Smack! Smack! Smack! Smack! nessas bochechonas amadas!
Tu foste(e és) MUIIIIIITO IMPORTANTE em nossas vidas!
Momentos inesquecíveis em tua gloriosa companhia!
TE AMO, TE AMO, TE AMO!!!!
Dessa longínqua Santa Maria de Belém do Grão Pará, onde me exilei, envio-te um raio da minha ternura para com a tua pessoa!
Dezembro tá chegando e, com certeza, nos veremos!
Beijos, beijos, beijos!!!
Luiz Antônio Bandeira.

Verinha disse...

Linda vc È 10000000...................!!!!!!!!!!!!!!!!

È assim que se fala, somos todos irreverentes mesmo, ate vc!!!
Tamos todos na faixa dos 60, e agora mesmo que podemos falar o que acharmos interessante, claro que as vezes excedemos, mas, faz parte!!!
Vc não imagina como esta sendo pra mim este reencontro!!!
È ótimo falar abobrinha!!!
ALGUMAS PESSOAS AQUI, NESTA BRASÍLIA ME ACHAM LOUCA!!! MAS È QUE ELAS NÂO conhecem vcs. Agora tou podendo falar a minha língua de novo, depois de 40 anos!!!
Não é ótimo???!!!!!

Beijos,
Verinha

Linda disse...

...como conseguiu o papel da mulher da janela no musical Morte e Vida Severina:

Estávamos eu, Perfeito, Emílio, Natália e (se não estou enganada) o Banzé.
Tentávamos passar para a Natália, que foi escolhida para o papel, a interpretação correta da personagem, que apesar de parecer ser cantada, não era. Tentamos várias vezes, quando por fim eu tive a infeliz idéia de mostrar a ela como a coisa deveria ser feita.
Estava saturada de ouvir aquela parte, por conta do tempo em que preparei toda a parte musical da peça.
Pra quê?! Fui sumariamente espancada pelos três covardes. E eu gritava perguntando: "PORQUE VOCÊS ESTÂO ME BATENDO?
Pior, apanhava mais ainda. E eles: "se você sabia fazer, porque tá fazendo a gente perder tanto tempo? Sacanagem, a tua! Com tanta coisa pra se fazer e agente aqui perdendo tempo: É TU QUE VAI FAZER A MULHER DA JANELA!
Pois é, foi assim, debaixo de muita porrada, que eu interpretei a MULHER DA JANELA

Bjos,
Linda