sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

092 > Superando o passado

A nossa Voyage Phitorèsque e Sentimental à Leopoldina
vai ficando distante, mas ainda não se esgotou de vez...

R. Uranos, quase esquina de R. Antonio Rego,
perto do Cacique de Ramos.
Passada a ressaca do inebriante momento do Encontro da turma de Olaria com a turma de Manguinhos, e lançamento do livro sobre a Kika, temos tudo pronto para encerrar 2011.
Uma boa hora para deixar para trás o que (se) foi (ou queremos que seja) superado.

A nossa caminhada pela Zona da Leopoldina nos deu uma consciência muito concreta do que foram estas décadas de abandono e de violência que a região viveu.

Algumas fotos exemplificam a situação, que só agora tem perspectiva de mudar.


A área que mais sofreu foi à voltada para o Complexo do Alemão, como se sabe.
Antigo Cine Oriente, na rua Dr. Alfredo Barcelos,
entre R. Uranos e estação de Olaria.
Na rua Uranos, quase esquina da rua Antonio Rego, não muito longe da estação e perto do Cacique de Ramos,
dois prédios à venda, apesar de praticamente destruídos.
Ao que me consta, no da esquerda funcionou, por último, uma casa de shows; no outro, em outros tempos, uma indústria de roupas, com sua loja no térreo.

O setor cultural demonstra claramente a decadência local, os cinemas se tornaram monumentos à decrepitude... 

Prédio do Cine Santa Helena, depois Cine Olaria,
na R. Uranos, perto da estação.
Este prédio da rua Doutor Alfredo Barcelos, no trecho entre a rua Uranos e linha da Leopoldina, não foi o do Cinema Oriente?...


O Cine Santa Helena, depois Cine Olaria, com seu conjunto de salas, continua fechado.

Consta que a secretaria de Cultura do Estado pretendia transformar o espaço em um centro cultural, mas, por enquanto, nada rola...


Antigo Cinema São Geraldo (depois Discoteca Kremlin),
na R. Dr. Alfredo Barcelos.
E do outro lado de Olaria, o pequeno mas persistente prédio do antigo Cinema São Geraldo, onde funcionou, em dois períodos, a Discoteca Kremlin e a Discoteca Nova Kremlin, casas de show que (ainda que o show tenha que continuar...) o tempo fechou.



E como, por razões de segurança, pela crise econômica ou por necessidades pessoais, as coisas mudam mesmo, nem o barbeiro da Leopoldina Rego, bem em frente à estação, resistiu: está passando o ponto...

Antigo Café e Bar Pérola das Neves, depois pastelaria,
em frente à estação de Olaria.

Não foi à toa que o antigo Café e Bar Pérola das Neves, ali ao lado, tornou-se (sem preconceitos!) mais uma pastelaria chinesa da cidade...

Não importa.
Tudo isto, agora, é só um registro, estas são imagens do passado.
Um novo ano começa, coincidindo com novas possibilidades, para cada um de nós e para o Rio de Janeiro, é o que dizem e é o que se espera...

Então... que tudo mude para melhor!

Feliz 2012 para todos!

9 comentários:

Perfeito Fortuna disse...

Valeu Guinão...
agradecido, extendo a todos a graca e a felicidade.
Perfs
Enviado pelo meu aparelho BlackBerry da Claro

Pe. Tião disse...

Aguinaldo,
um feliz Ano Novo para você e toda sua família.
Do amigo Pe. Tião

carlos campos disse...

Guina o prédio amarelado do outro lado da estação de OLARIA ,é realmente o Cine Oriente, chegou ,creio ,a ser um Curso/Colégio.

Saudações aos amigos.
Feliz 2012.

Carlos Alberto.

Osvaldo Luiz Saide disse...

Guina:
Parabéns pela criação do blog da Turma de Olaria e por sua capacidade de reativar nossa memória. A Turma de Olaria representou a arte de viver com liberdade em meio a opressão. Ali conseguimos um espaço de independência e fraternidade em meio a radicalização da Ditadura e da Luta Armada. Conseguimos desenvolver um modelo interno de democracia, diversidade, discriminalização e anarquia. "Asdrúbal trouxe o trombone", criamos um núcleo de Educação Popular Operária com o Artigo 99 da Ig. de São Geraldo, fumamos maconha, viajamos de carona pelo Brasil, deitados no chão um ao lado do outro, abraçados as meninas.
A vida é bela, a juventude é bela mesmo entre 1967 - 1975 debaixo de sangue e terror.
Sobrevivemos! Pois venha 2012!
Osvaldo

Guina Araújo Ramos disse...

Amigos,
está certo que 2011 teve as suas crises e nós, as nossas perdas...
Mas, em compensação, reencontramos nos amigos a vida que vale a pena viver.
Se há coisas a deixar para trás,
que fiquem realmente fixadas no passado!
Para 2012, não façamos por menos... tudo de bom para todos!
Bjs, abs e felicidade,
Guina Ramos

Bete Andrade disse...

Vc tem razão...
Valeu Guina, muito obrigada!!
Um ano de 2012 muito legal para todos vcs!!
Bete

Unknown disse...

Querem uma atualização sobre a região?

http://videerrado.blogspot.com.br/2015/12/resumo-jornalistico-este-material-tem.html

Weslei disse...

Sou de Parada de Lucas, uma parte da Zona Leopoldina e li esse poste com lagrimas nos olhos.
Aqui ao lado do Intercontinental de Lucas tinha o Antigo Cine Sao Lucas, a sala continua intacta e tirei umas fotos da sala, mas send hoje um deposito de moveis, queria muito reabri-lo mais o cash nao deixa.
Maravilhoso adorei.

Guina Araújo Ramos disse...

Comentário recuperado (de 21/06/2012):
Eu garoto, no IAPI-PENHA, vendia revistas na feira, gibis, fazia pipas que vendia em casa, e vendia com Araúna (filho de pastor batista) refresco, limonada e mate gelado nos campos da "Boiada", campo do Fortaleza, ganhávamos um bom din-din , após o que, à tarde, seguia para os cinemas, confesso, o São Geraldo, o preferido, devido aos filmes seriados, o Escorpião Negro, um dos preferidos, a gurizada acompanhava os seriados, como hj , os adultos acompanham telenovelas. Já narrei um alarme falso de "FOGO" no São Geraldo, algum gozador gritou , e lá fomos todos aturdidos para fora do "Poeira", e retornamos logo a seguir, lépidos.
O São Pedro era de uma enormidade impressionante, os leões à entrada, 1200 lugares, tela grande (Cinemascope, dizia-se na época), os grandes lançamentos neste cinema eram um acontecimento para a Leopoldina, e não esqueço o pequenino Cine Penha, poeira decadente, já aquela época.
O Rosário , em Ramos, para quem puder vasculhar sua história, ainda hoje, de pé, é lindo por dentro, parece um Cine-Teatro, creio, o foi na inauguração e por vários anos, Pixinguinha, por ter vivido em Ramos, tocou, se não estou enganado no Cine Rosário, havia apresentações teatrais, musicais, para referência, é lembrarmos do Social Ramos Clube, a elite da Zona Leopoldinense, tbem em Ramos.
O Oriente, está lá até os dias de hoje, fotografado, todos por vc e Guina, o Oriente, era meio oriental, nos projetava para algo que não conhecíamos, longe, distante, sua fachada, lembra uma meia flor de lótus, uma vitória-régia, suas cores, seu mobiliário antigo, o Oriente era um trem-fantasma dos cinemas, uma viagem ao desconhecido, afora aquele pedaço de rua, um desvio ao nada, aquelas lojas de móveis decadentes, era do "outro lado do mundo", para a turma do IAPI, lado de lá, era terreno desconhecido, a ser desvendado.
Garoto, fui até a Invernada de Olaria, ao Morro do Cruzeiro, tudo a pé, era o "outro" lado do mundo, de um menino assustado, e lá estavam alguns cines, afora, é lembrarmos que naquele lado, passava o "bond" (bonde) da Light, um transporte que já destoava dos modernos ônibus. O bonde era sonho de qualquer criança, andar nele era garantia de vento na cara, gente interessante, os nomes e números, os lugares que alcançavam, o mundo era imenso e eu não via nem um naco dele, essa é a verdade, a minha particularmente.
No Blog Turma de Olaria, temos fotos e relatos da galera com detalhes e passagens desta época, dos cines da Leopoldina, sempre com o nosso Guina garimpando fotos, e suas próprias, é um rico acervo ao alcance de todos que buscarem alguma informação.
Saudações.
Carlos Alberto Dias de Campos