quarta-feira, 16 de novembro de 2011

077 > As garotas do IAPTEC de Ramos

Finalmente, o prosseguimento da nossa caminhada, que Bandeira batizou de
Voyage Phitorèsque e Sentimental à Leopoldina
Vamos dialogando, Guina em vermelho e Bandeira em azul.

Da Praça das Nações, em Bonsucesso, seguimos eu e Guina, a pé, pelas ruas centrais do bairro, parecendo dois meninos, a registrar e apontar os sítios que nossa memória registrava, como as galerias comerciais que anteciparam a era dos shopping-centers, os primeiros e derradeiros edifícios residenciais que o empreendedor suburbano Álvaro da Costa Melo ergueu nos anos 60, todos denominados auto-promocionalmente com o nome do mesmo, o extinto cine Melo (hoje um supermercado), o Clube Bonsucesso, o antigo "El Churrasqueto" ainda de pé e sempre lotado, a Rua da Proclamação onde a mãe do Paulinho Banzé tinha uma escolinha, a Praça do Cai-duro, antigo local de desova de cadáveres, e finalmente, adentrando à Rua Barreiros, deparamo-nos com o Conjunto Residencial do IAPTEC, com seus singelos blocos de apartamentos de 03 andares, trazendo-nos logo à memória a família Carneiro, exclusivamente feminina, bravamente chefiada por Dª Waldir e suas meninas Adriana (Dri), Regina e Marta.
Google Maps

Uma coisa que logo me impactou, no conjunto do IAPTEC, foi ver que todos os blocos, agora, estão cercados por muros e portões. 
Muito diferente dos espaços abertos que atravessávamos com a maior desfaçatez, antigamente...
Na foto, o portão que só pela gentileza alheia pudemos cruzar.

Num impulso percorremos a ruazinha lateral, quase que intuitivamente, em busca do bloco onde a família Carneiro residia. 
E, grata surpresa: na janela da área lateral de serviço, no 2º andar, lá estava a própria Dª Waldir, apontada por um morador a quem indagáramos se ainda por ali residia.



D. Maria Waldir na janela da cozinha

Custou a um pouco a nos reconhecer, mas logo veio-lhe à memória aqueles rebeldes anos 70, toda a sorte de preocupações e aflições que lhe proporcionamos, e aludiu ao fato de eu, Luiz Antônio, que era gordinho, agora estar magro e o Guina, que era magrão, agora estar gordinho.

Não achei a menor graça nisso... Mas gostei muito de vê-la tão animada, sorridente, feliz! 
E fiquei pensando como lhe teria sido difícil, quando tinha seus 40 anos, acompanhar uma espécie de furacão que todos nós vivemos, mas cujo vértice, para ela, foi certamente a nossa irrequieta Adriana...

Mantivemos saboroso e emocionado diálogo através da janela, e após fotografá-la registrando seu excelente aspecto físico, apesar de estar com mais de 80 anos, retomamos nossa caminhada, já delineando uma nova busca no tempo perdido, para tentar encontrar a antiga morada da doce Isabel, ali mesmo em Ramos.

Google Maps
Mas, antes disso, demos uma última olhada em volta e, vendo as típicas casas de subúrbio do outro lado da rua Joaquim Gomes, tentamos adivinhar: qual delas tinha sido a casa da nossa Reni?... 
Seria aquela hoje toda colorida, praticamente em frente ao prédio da Dri?...

Um comentário:

Reni disse...

Guina, adorei rever D.Waldir, não envelhece, o mesmo sorriso. Quanto a minha casa é a do portão azul, quase não aparece. Muitas lembranças!!!!!!!!