quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

036 > As Paixões Secretas

Tudo é perigoso...
Mas a vida merece ser (re)vivida!
Estamos abrindo o possivelmente traumatizante tema As Paixões Secretas, com a súbita colaboração do Mauricio, para lembrar (ou ficar sabendo...) de "casos" que frequentaram mais as nossas imaturas imaginações do que propriamente o nosso imaculado ambiente...
  
Mais uma pequena contribuição à história do curso da Paróquia de S. Geraldo, 
enquanto o nosso querido coordenador BANZÉ não escreve o documento completo.

Todos sabemos que o A Dão (Adão com "D" grande) era apaixonado pela Lúcia, a quem só chamava de DONA LÚCIA e o Ronaldão se roía de ciúmes, face ao charme ondulante do referido A Dão.
E, cá pra nós, o ciúme dele tinha razão de ser. A Lúcia gargalhava só de pensar no A Dão, lembram-se? 
Ela não resistia. Todos sabemos que, se simpatia é quase amor, gargalhar por alguém é amor mesmo e dos mais vibrantes. Não foi por outro motivo, que o nosso querido Ronaldo, desesperado, começou a expulsar de sala todos aqueles velhotes, só porque eles não sabiam demonstrar uma inequação do segundo grau, segundo a teoria quântica. O Ronaldo falava: "mas, isso é básico, senhores! Quem não souber... rua!" 
Adivinhem quem foi o primeiro a ser expulso? Na verdade, o alvo real da medida do professor... 
Pra ajudar a adivinhação, lembro que foi nesse exato episódio que o Ronaldo fez jus ao PRÊMIO MUSSOLINI 1970. Quem adivinhar ganha uma caixa de marmelada Leopoldina. 
Todos acertaram ao mesmo tempo: A Dão com "D" grande, que dúvida?!?!?
Este, o A Dão, claro!, com o cinismo que Deus lhe deu, e creio que para humilhar o Ronaldão, repetia sempre: "adoro a DONA LÚCIA, porque quando cheguei aqui nem sabia escrever meu nome, já agora"...
PANO RÁPIDO!!!
Atenciosamente,
Mauricio Murad.

Aqui cabem (comedidamente...) as paixões realmente secretas, em deduragens aliviadas ou confissões digeríveis.
Pequenas ilusões e lamentáveis enganos ficam, quiçá, para os Comentários...
Ou, mais sabiamente, para arquivos ainda mais secretos.

8 comentários:

Guina Araújo Ramos disse...

Mauricio, que momento romântico!
Com isto, pensei agora, e o alunado?...
Vou tentar contato com a turma do Navio Negreiro, mas a turma da Maré, terra de trabalho político do ADão, não faço ideia (estive no barraco dele, um “aparelho” dentro da favela).
Mas é uma boa lembrança: onde andarão?

Mauricio disse...

DESCULPE, CARO EDITOR, MAS VC (ACHO EU) ESTÁ CONFUNDINDO OS ADÕES. ERAM 2, OS HISTÓRICOS: O ADÃO (REPARA NA GRAFIA) DA NATALINA, Q FAZIA UM TRABALHO POLÍTICO DA PESADA, COMUNA Q SÓ ELE. E O A Dão (REPARA DE NOVO), ANARQUISTA CONFESSO E UM MENESTREL DA PAIXÃO MITOLÓGICA PELA PROFESSORA, Q AFINAL FEZ ELE APRENDER A ESCREVER O PRÓPRIO NOME... ENTENDIDO?

Guina Araújo Ramos disse...

Meu caro,
já comentei que posso até dar uma de historiador, mas não, certamente, de memorialista...
Lembro de poucos detalhes, só coisas muito emocionalmente marcantes.
De tais Adãos, só lembro de um, que mais parecia Camões, pois tinha um defeito em um dos olhos, fazia agitação política, morou uns tempos na Maré. Seria o da Natalina?
Deste outro, que criou este clima passional no professorado do Artigo 99, não lembro nada!

Mauricio disse...

Pois é, o Camões (gde sacada, Guina) era o namorado e depois marido da Natalina. Adão Salgado, militante radical, lembra? Liderou uma greve de pipoqueiros e por isso ficou famoso. Gde figura.
O A Dão com "D" grande era um senhor, de idade já avançada, acho q tinha algum retardo, meio gordote, não falava coisa com coisa e q adorava MESMO a Lúcia, q dava aulas de português pra ele. Ela tb se amarrava nele, achava ele um folclore e se desmanchava toda de rir dele. Na verdade ele era naturalmente engraçado. Ñ fazia para ser engraçado, mas era.

Guina Araújo Ramos disse...

Continuo empacado, lembro só do Adão/Camões, mal lembro que ele namorou/casou com Natalina, linda figura, uma carinhosa mãe preta... O outro ainda não desencavei dos neurônios, mas lembro do clima de afeto de algum aluno pela Lucia, sim, até pq ela, confesso, merecia...

Mauricio disse...

Me assaltou uma pequena dúvida, qto à greve liderada pelo ADÃO SALGADO, se de pipoqueiros ou kiboneiros (vendedores de Kibon),acho q foi mesmo de kiboneiros.
Duvidinha: Adãos ou Adões? Acho q poderá valer uma ou outra forma, depois da reforma. rsrsrs.
De acordo? Abç.

Guina Araújo Ramos disse...

Greve de kiboneiros?... A gente entrava em cada fria naquela época!
Duvidinha?... Quem pode esclarecer é justamente a professora de português, musa do A Dão...

Osvaldo disse...

Talvez hajam muitas estórias de paixões secretas... Uma delas protagonizei numa época em que conseguíamos entrar de graça nos ensaios da Imperatriz Leopoldinense por conta de um colega médico que participava da diretoria da Escola naquela época. Pois bem, tratava-se de um bom programa para um grupo de jovens "duros" na noite de sábado. Zuíno já estava lá e era um dos melhores passistas da Escola. Emílio era um dos mais animados então no grupo e uma morena estonteante passou a frequentar nossa mesa. Ela parecia estar interessada em mim e no Emílio e ora sentava no colo de um, ora dava um beijinho no outro. O samba, o suor e a cerveja corria solto e eu e Emílio olhávamos um para o outro pensando: "com quem ela vai ficar?". Nós não queríamos brigar, afinal éramos amigos... Lá pelas tantas, Emílio se aproxima de mim e propõe decidirmos com quem a morena ia ficar num jogo de "purrinha". Em meio ao samba, as garrafas pela mesa, as cadeiras espalhadas os dois jogando "purrinha" para decidir quem ia ficar com a morena. As feministas que nos perdoem. Por fim, após algumas rodadas e muita malandragem, Emílio ganhou. Resolvi tomar meu último copo e sair dali porque aborrecido não queria nem ver o final dessa estória. Semanas depois pego meu ônibus, estou em pé e olha quem está do meu lado: a mesma morena descomunal, abusada e cheia de saúde! Voltamos ao lero, ela encosta seu rosto no meu ombro e joga todo seu charme de novo pra mim: "vc. sumiu assim de repente outro dia na Escola!" Pois é... Termina por me dar seu telefone, diz onde mora (logo ali em Ramos...) e diz que bem eu poderia pega-la em casa no sábado e irmos a Portela! "Mas venha com seu carro pois detesto esses ônibus cheios!" Tá, tchau... E me lembrei que o Emílio havia ganhado um fusca ao entrar para a Faculdade de Medicina. Quando ela saiu joguei o papel com o telefone fora e pensei: "Ah! Se eu tivesse um carro como o Emílio!"