quarta-feira, 3 de novembro de 2010

025 > Santinho no Carnaval de Floripa

Esta foi, também, uma viagem muito louca...
A recuperação da história começa com o espaçoso Luiz Cesar mandando a pergunta:
Bandeira ,  que  viagem  fizemos  saindo  num  FUSCA ( vermelho), se  não  me  engano  do  Carlos... ali  pela  Castelo Branco recém inaugurada......  Carlos  lembra  ?

Bandeira tentou engatar primeira...
Não, Cesinha, o fusca de Carlos não era vermelho e sim verde.
Fomos espremidos lá atrás, eu, por ser GORDO, no meio, para contrabalançar, e ao meu lado Olívia Perua, colega de Dé na Faculdade, e a outra (Lídia Bessa do IFCS?)?
Que viagem! Só tu e Dé dirigiam e se revesavam. Demais! Alguém tem fotos?

Finfa continuava viajando...
   sim,  e  fomos  prá  onde  ,  quanto  tempo ?  saimos  de onde ?  que  ano  foi  ,   mes ?  conta  TUDO.  Carlos  ,  ajuda  ,  tõ lembrado  pouco  ?  ´só  lembro  do  FUSCA ,  na  Castelo Branco  //// no  meio  daquelas  carretas  .... LC

Aí, o Band já ficou mais ligado...
Nosso destino final era Florianópolis, onde ficamos na casa do falecido Aristeu e da Roberta. Não lembro bem das paradas intermediárias; apenas (na ida ou na volta?) na casa da tua tia rica, em SP, onde jantamos (?) uma sobra de lagosta. Dormimos lá? O ano, acho que foi 1967, antes de fazeres o CPOR. Passamos por Presidente Prudente?
Acho que era Janeiro/fevereiro, pois passamos o carnaval em Floripa, inclusive com o inesquecível acampamento no alto do morro da Praia do Santinho, onde no domingo (ou 3ª feira gorda?) após muita bebedeira e loucura no acampamento, descemos no fim da tarde numa improvisada Escola de Samba, tendo o Carlos Rivoredo como Porta Estandarte e tu, Cesinha, de Mestre Sala.
INESQUECÍVEL! Abração, Bandeira

Afinal, foi Dé quem esclareceu geral...
Bem, pessoas humanas. Se o Alzheimer deixar ... Vamos lá ...
Viagem de quase improviso, como era de costume. Meu primeiro carro, recém adquirido pelo China. Era um fusca 66, verde, autêntico, refrigerado a ar, daqueles que faziam uma barulhada enorme no interior (a Jaula).
Juntamos cinco dentro dele e fomos para Florianópolis, para um carnaval. Hospedagem na casa do Aristeu e da Roberta, que ainda não tinham filhos. Em Florianópolis, demos uma passeada pela cidade com suas duas lagoas (da Conceição e Peri) e o centro, em cujo pração principal (XV de novembro) tinha uma figueira enorme e era o point do carnaval de lá. Tinha até um bar de esquina que não lembro o nome, no qual a velharada toda se reunia.
A mãe da Roberta (Mutt) era uma velhinha com cara de alemoa mesmo e o cabelo com aquelas trancinhas amarradas nas laterais. Morava no centro da ilha, enquanto o Aristeu e a Roberta viviam já em uma casa no Bairro de Coqueiros, no continente. Neste bairro tinha uma prainha de águas geladas e com umas pedras no meio da água. No verão o vento sul (gelado e correlato do nosso sudoeste!) não atrapalhava muito não.
Nessa época eu ainda não era Dé, era Poço (de sacanagem!!!!).
A viagem de ida foi meio trash. Carro apertado. Estrada desconhecida, perigosíssima! Quase nos arrebentamos de frente com um caminhão. Eu estava no volante e fomos parar no acostamento inexistente à esquerda e um caminhão enorme zuniu à nossa direita. Luiz Antônio quase se cagou nas calças!
Troquei com o Luiz César, que passou a dirigir com muito mais perícia do que eu. Emerson Fittipaldi da época. Com seu chapéu meio que de vaqueiro, meio que de turista argentino na Praia dos Ingleses.
Chegamos e, após os passeios pela cidade, rumamos para o acampamento na Praia do Santinho. Linda! Cinco rebentações, areia branquinha daquelas que chiam quando a gente pisa. Barracas arrumadas no que hoje é o baita resort Pontal do Santinho (ou coisa que o valha). Construções? Apenas uma, a casinhola dos pescadores à espreita de cardumes para a captura. A relva do morro era de umas florezinhas amarelas e havia meio que no meio um córrego que nos abastecia de água doce. Mais tarde descobrimos que o gado próximo pastava por ali, pisava e cagava na água do lindinho do córrego. Ou seja, bebíamos um soluto de merda de vaca! Uma delícia!
Barracas era duas ou três armadas no declive do morro. Dores nas costas pela manhã! Na que eu estava dormíamos eu, a Olívia Perua e o irmão do Aristeu, um rapaz de pouca idade, alto, magro, que recebeu por causa de seu porte esguio o carinhoso apelido de Luana (não lembro o nome dele). Tive que ouvir, meio que estupefato, mas achando o máximo, os ruídos do amor.
Costão do Santinho, SC - foto atual.
Acho que passamos quatro dias bêbados. A Escola de Samba que o Luiz lembrou foi numa segunda feira gorda. Estandarte na mão eu me coloquei como porta estandarte e o Luiz César pintou de Delegado me apoiando na empreitada de representar as cores da escola. O mar serenou quando a gente pisou na areia. Era pura diversão. Houve outras idas até lá, algumas no inverno.
O retorno foi uma aventura e tanto. Mais de dez horas de viagem entre Floripa e São Paulo. A Régis estava interditada. Caiu barreira. Fizemos um contorno enorme por Apiaí e Sorocaba, subindo pelo Vale do Ribeira. Em Sorocaba acessamos a recém construída Castello Branco, ícone da "Locomotiva Brasileira", caipiras cosmopolitas do Rio de Janeiro transitando pela estrada cuja velocidade máxima permitida era a estonteante marca dos 120 km/hora (quase uma warp 4 do Star Trek!). Coisa impensável no Rio de Janeiro aquela época.
Outro acidente básico. Andamos em estradas de terra e uma pedra furou o carter da Jaula. Viajamos um tempão (até o Rio) sem nos darmos conta do perigo e da crise com o China se o motor do carro fosse pro saco. Um tempo de aventura com pouquíssimo dinheiro.
Da casa da tia do Luiz César só lembro que estava tão cansado que não lembro muita coisa. Mal sabia eu que anos depois iria morar exatamente no Vale do Ribeira.  Se não tivesse CPOR, Belém e Recife/Vale do Ribeira a história seria bem outra. Mas isso é pura conjectura ...
Um beijo. Me senti nostálgico com essas lembranças. Senti como que um revival sentimental. Leve taquicardia.
Carlos

4 comentários:

Lídia Vestes disse...

Pela data (1967) acredito que não fosse a Lidia Bessa (a outra), uma vez que nós só entramos na história do grupo lá pelos anos 70, depois do nosso ingresso no IFCS.

Guina Araújo Ramos disse...

Realmente, a Lídia Bessa me ligou e garantiu: não era ela nessa viagem!
Mas, falou que fez outra, lá por 72 ou 73, só ela e o Bandeira, de carona, nesse mesmo roteiro, cheia de aventuras...

Unknown disse...

A outra personagem que dividiu a viagem conosco foi Fernanda Afonso Fernandes, atualmente Navaes por conta do casamento com o Jorge miudinho do IAPI.

Guina Araújo Ramos disse...

Recuperando comentários da época da publicação (29/10/2010)...
1) "Carlos!
DEMAIS a tua descrição! PERFEITA! Alzhenheimer longe!
Lembraste de detalhes que eu sequer à distãncia lembrava, como o córrego de águas no qual nos abastecíamos (nosso refrigério!), os quase acidentes; tínhamos, sem sombra de dúvidas, anjos da guarda a nos acompanhar.
Essa descrição, ímpar, tem que ir para o Blog "Turma de Olaria", acompanhada de fotos, se alguém tiver!
Beijão,
Band.
2) Acabo de ler, tem lugar garantido!
Grande memorialista! Altas ironias, detalhes poéticos...
Era bom ter fotos, não? Só se Carlos descolasse foto do fusquinha ou do casal e/ou Finfa, da tia de Sampa. Tb posso meter um mapa, já quebra um galho.
Espero um dia ou dois, ok?, enqto passa a eleição...
Beleza, Guina
3) Super,
acho que não tenho fotos dessa viagem; a viagem mais antiga, da qual temos fotos, e que eu estava confundindo, foi daquela à Foz do Iguaçu, por causa daquelas fotos num fusca na ponte sobre o Paraná, na qual aparecem o Carlos, a Macarrão (irmã do Fiore), a descida do Rio Paraná, a visita às extintas Sete quedas de Guaíra. Essas já foram publicadas no Blog.
Quem tem fotos desse acampamento no Morro do Santinho, onde vivi uma tórrida aventura sexual, numa daquelas noites embebedadas?
Band.